quarta-feira, 10 de abril de 2013

Com que roupa nos vamos para ...




Tempo de resposta





Homer com os dias contados

Algumas pessoas começaram  a questionar se os Simpsons continuariam depois da morte de um de seus roteiristas, Don Payne, na sexta, dia 29. Histeria ou realidade a parte, acredito que esse desenho tem um longo sarcasmo pela frente, e quem está em perigo é a figura do Homer,  com seu jeito “tô nem aí”, passivo em frente à TV com suas rosquinhas.

Como assim?
Se o Homer fosse um consumidor, estaria virando peça de museu, porque hoje em dia, cada vez mais cresce a figura do prosumer, ou seja, o consumidor que quer interagir com a marca, que quer fazer parte de algo e, por isso, quer produzir conteúdo, produtos, serviços, o que puder.

Um exemplo desse papel de produtor que o consumidor vem assumindo são as famosas redes sociais como Facebook, Youtube, Flickr, Instagram, porque nelas qualquer um que tenha acesso a internet pode criar conteúdo, de textos a fotos com efeito.

É nesse clima que as marcas devem buscar uma comunicação menos interruptiva, ou seja, que não interrompa a experiência de entretenimento do consumidor. Ele não quer mais que as marcas implorem por atenção, nem quer receber uma enxurrada de informação que não é relevante pra ele e muito menos que fiquem empurrando produtos. A  resposta a isso é justamente interagir com ele, procurando ouvir o que tem a dizer e criar.

Por isso, as empresas estão aproveitando essa onda maior  de interação, para se aproximar dos consumidores e gerar uma experiência positiva com eles.  Pra você entender como a coisa tem funcionado, alguns exemplos.

1) Lay’s
A Lay´s, marca de salgadinho de batata, lançou um concurso “Do Us A Flavor”  (Faça-nos um Sabor) nos EUA para criação de um novo sabor e o consumidor que ganhar, através de votação no Facebook, pode receber 1 milhão de dólares ou 1% das vendas. Pra você ter ideia, o concurso recebeu 3,8 milhões de inscrições.


2) Ikea
A Ikea, loja de decoração Sueca e global, fez uma ação em Hong Kong, nomeada  “Made Better By You”(Feito Melhor Por Você), pedindo aos consumidores que customizassem algum modelo de móvel presente na loja e os que recebessem maior votação, através do Facebook, iriam para venda.


3) Garoto
A Garoto, com a marca Talento, criou na fábrica, em Vila Velha (ES), uma seção em que o consumidor pode montar seu próprio chocolate.



Essas situações mostram que marca e consumidor tendem a viver, como alguns seres vivos,  em uma protocooperação, ou seja,  a ter uma relação ganha-ganha, a se associar para gerar algo positivo para os dois lados.

E sua empresa, o que tem feito para se aproximar do seu cliente, escutá-lo e criar junto com ele?

Fonte: http://blog.luz.vc/inspiracao/homer-com-os-dias-contados/?utm



Somos todos mentirosos: 
Do Samurai a Picasso
Leandro Borges*

Resolução de problemas é um assunto pouco discutido de maneira estruturada, mas infinitamente relevante. Sejam problemas operacionais ou de relacionamento, toda empresa os possui. Alguns diriam até que são esses conflitos que fazem o negócio ir para frente. No entanto, na maioria das vezes, lidamos muito mal com a situação insistindo em replicar uma atitude que não gera nenhum resultado, também conhecido como dar murro em ponta de faca. Como é o caso de sócios que ficam reclamando um do outro por anos e não mudam a estratégia para conviverem melhor.

Ou seja, o problema dos problemas é que na maioria dos casos não conseguimos mudar a nossa visão, pois acreditamos que existe uma verdade e somente uma interpretação correta para aquilo que estamos vendo. Além disso, nunca vi a comunicação direta fazer alguém pensar diferente. Para isso acontecer, é preciso fornecer algum tipo de gancho mental/simbólico/emocional para a pessoa seguir, caso contrário voltamos ao cenário do murro em ponta…blá blá blá


Pessoalmente, eu nunca vi vantagem em obras cubistas. Eu pensava “e dai que Picasso representa vários ângulos de um rosto em um mesmo plano? Isso me ajuda em quê?”. Essa minha visão se manteve até um dia que, se não me engano, vi um quadro dele no MAM de SP e percebi que o cubismo era a melhor metáfora que já encontrei para resolução em problemas. Um mesmo “objeto” formado por vários ângulos. Isso criou um sentimento em mim que até hoje eu acesso quando um problema está durando mais tempo do que eu gostaria. Me fez acreditar que toda atitude minha é uma tentativa de resolver problema e, quando repito algo e o problema não some, quer dizer que preciso mudar a perspectiva.


A vantagem da multiplicidade de interpretações sobre o mesmo evento é que somos todos, sem exceção, mentirosos por natureza. Os quadros de Picasso me fazem lembrar que todos os ângulos colocados dentro daquele plano estão, ao mesmo tempo, representando algo corretamente. Pensando melhor, mais enfático e direto do que Picasso, o filme Rashomon de Akira Kurosawa representa muito bem a questão da subjetividade e da dificuldade de definirmos bem um fato ou problema.



Acredito que a comunicação de forma lúdica gera mais impacto e catarses profundas do que as tentativas diretas. E vocês, leitores, lembram de alguma obra de arte que fizeram mudar a sua visão de mundo e ajudaram diretamente no seu negócio?



O bom é inimigo do ótimo
Wellington Moreira*




Você já deve ter escutado alguém dizer: o ótimo é inimigo do bom. Eu mesmo utilizei esta expressão várias vezes para lembrar que o perfeccionismo pode levar alguém a procrastinar aquilo que precisa ser feito só porque ainda não conseguiu atingir o nível de performance que estabeleceu para si. Ou pior ainda, conduzi-lo a um estado de paralisia por focar os esforços em coisas sem importância. Mas, como a vida é cheia de dilemas, num rápido jogo de palavras, também é coerente afirmar: o bom é inimigo do ótimo.

O consultor americano Jim Collins, em sua obra Empresas Feitas para Vencer, lembra: “Não temos ótimas escolas, principalmente porque temos boas escolas. Poucas pessoas levam vidas ótimas, em grande parte porque é fácil construir uma vida boa… E a grande maioria das empresas jamais se torna excelente só porque já é bastante boa – e é este seu principal problema”.

Quando alguém se satisfaz com a situação razoável que vive – seja no trabalho ou em qualquer outro campo da sua existência – um quadro de acomodação se instala ao redor convidando-o à mediocridade e retira qualquer chance de que esta pessoa alcance a excelência. Chamo isto de “espírito maomeno”. Nem ótimo, nem ruim, simplesmente mais ou menos. Como é caso daqueles alunos que podem tirar nota dez graças ao seu potencial, mas pensam: “Sete já dá para passar. Então, pra quê ralar mais?”.

Aliás, a ambição é fator-chave para quem alcança o ápice em qualquer campo de atuação. Você não comete heresia alguma quando afirma ter objetivos audaciosos e luta por eles. Pelo contrário. Só não confunda ganância com ambição, pois enquanto esta o faz superar seus limites com determinação, aquela o leva a querer tudo para si.

Também cabe destacar que cada vez mais pessoas com potencial de sobra acabam ficando pelo caminho por se tornarem arrogantes e egocêntricas. Ou seja, gente que vê suas pequenas vitórias iniciais como épicas e cuja vaidade lhes impede de continuarem a aprender. A síndrome do “esse cara sou eu”.

E não pense que estou me referindo apenas àqueles que ocupam cargos de gestão. Como muitos bons trabalhadores passaram a receber assédio de outras empresas, é comum que conservem baixos temores em relação ao futuro, sejam tentados a reproduzir mais do mesmo e ainda se mantenham pouco receptivos a cobranças. É por isto que ninguém mais se surpreende com a diarista doméstica que diz: “Dona, se não estiver gostando, pode me mandar embora”.

Quando este tipo de pensamento se torna coletivo adquire um nome - pacto de mediocridade - e não pense que tal fenômeno se instala em grupos que deliberadamente escolhem cumprir as responsabilidades de modo superficial. Nós o plantamos nas organizações ao concordarmos que as pessoas façam seu trabalho pela metade e fingirmos que nada está acontecendo ou que é aceitável tirar um sete.

Em mercados nos quais não há concorrentes de peso também é possível que uma companhia com atributos de excelência possa se acomodar, tornando-se medíocre com o passar do tempo. É o caso de quem deixa de lançar novos produtos no mercado por saber que os outros igualmente não inovarão nos próximos meses, daí aparece um competidor de classe mundial e fim da história. Logo, é muito melhor atuar em mercados com players de valor, afinal eles fazem a sua empresa evoluir forçosamente.

Concordo que temos de celebrar cada conquista obtida, mas não é saudável deixar que a acomodação e o sentimento de dever cumprido se instalem no início ou meio de uma longa caminhada. As pessoas e empresas ótimas só alcançam o patamar de excelência porque conseguem se manter insatisfeitas e crentes de que ainda podem fazer muito melhor, mesmo quando atingem o cume desejado. Se não fosse assim, ainda estaríamos andando de charrete, comunicando via telex e utilizando o mimeógrafo.

Wellington Moreira - palestrante e consultor empresarial nas áreas 
de Desenvolvimento Gerencial e Gestão de Carreiras, também é professor 
universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, 
possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é especialista 

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