terça-feira, 18 de março de 2014

Bem no compasso, bem junto ao passo


Uma bela parceria de marcas resultou em arte no pé. É a nova coleção lançada pelas marcas Vans e Opening Ceremony, homenageando o artista surrealista René Magritte! Usando o modelo Vans Autenthic como tela, a linha tem cinco pinturas diferentes do artista em cada tênis. As obras “Shéhérazade”, “Le coup ancouer”, “L’Échelle du feu”, “Le museé du roi” e “Les belles relations” inspiraram a nova coleção. Os modelos ficaram incríveis!


Se interessou e quer comprar? O lançamento oficial vai acontecer só no mês de maio, mas você já pode fazer uma encomenda na webstore da marca por 135 dólares. René Magritte foi um dos principais artistas do movimento surrealista belga. Ele retratava objetos em contextos inesperados, fazendo manipulações com imagens do cotidiano. Começou a trabalhar com o estilo inspirado na obra metafísica de Giorgio de Chirico. Agora você poderá ter a arte do pintor nos pés, uma pitadinha bem bacana de surrealismo. 




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A arquitetura já é uma arte por si só, combinada à ciência das estruturas. Por isso, sempre esteve bem acompanhada de escultores e pintores que contribuíram para o seu desenvolvimento histórico. 

A partir dessa constatação, o italiano Federico Babina foi além do pensamento. Ilustrador e também arquiteto, ele resolveu criar uma série de desenhos que retratasse como seriam edificações realizadas por grandes nomes das artes visuais de todos os tempos. Passando pela escultura, pela pintura e até mesmo pela streetart, ele reuniu nomes como Andy Warhol, Salvador Dalí, Picasso, Marcel Duchamp e muitos outros. 

A série intitulada “Archist” apresenta 27 ilustrações nas quais Federico deu vazão a sua inspiração sobre como poderia parecer uma casa projetada por Dalí ou um museu projetado por Miró: “A escultura é como uma micro-arquitetura, a fachada pode ser como uma tela pintada e um edifício pode ser moldado pelas mãos de um escultor hábil”, comentou o arquiteto. 


Entre algumas das obras mais conhecidas que influenciaram o projeto está o uso da linguagem de quadrinhos e de cores utilizado por Roy Lichtenstein em sua arte. Na versão arquitetônica, a abordagem do artista está aplicada no desenho de uma casa de estilo moderno, apoiada por palafitas. 


Babina explora a relação simbiótica entre a arquitetura e a arte, e como elas interagem uma com a outra: “Arte e arquitetura são disciplinas que falam e levemente se tocam”, explica o autor.




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Lady Gaga realizou, no palco Doritos, do SXSW, uma apresentação exclusiva, acessível somente para os fãs que provaram sua ousadia ao completar a promoção Doritos # BoldMission. Acontece que a performance não guardava nenhuma sinergia com o produto, muito pelo contrário. A combinação soou bem desagradável.

Durante a faixa Swine “suíno”, a artista inglesa Mille Brown, conhecida por pintar quadros vomitando, bebeu uma garrafa de tinta verde e depois colocou os dedos na garganta para vomitar em cima da cantora. Um espetáculo visual de gosto absolutamente duvidoso para o público e deplorável para uma marca de alimentos.

Gaga talvez seja uma das artistas mais populares e controversas da atualidade. Sua maneira de demonstrar a arte parece ter a ousadia e a polêmica como combustível. Com tamanha imprevisibilidade a respeito de suas ações e atitudes, associar uma marca a sua imagem não é para os fracos.

A Doritos ousou fazer uma ação com a cantora durante no SXSW, em Austin, Texas, mas talvez o tiro tenha saído pela culatra. Pelo menos é o que dizem, nas redes sociais, os consumidores que tomaram conhecimento da ação na internet. Um deles comentou um post do Facebook publicado pela marca: “tudo que eu posso pensar quando vejo um Doritos, é alguém vomitando em Gaga”.

Fonte: Adbes



Saatchi & Saatchi da Dinamarca utilizou uma câmera escondida, 
uma tela verde e uma rápida edição para promover a pegadinha, que fez sucesso.





Hoje há, aproximadamente, 2,1 bilhões de pessoas conectadas na Internet, o que significa que mais de 5 bilhões de humanos não estão inclusos na comunidade digital.

No Brasil, mais de 50% não estão, ainda, conectados à web.

É bom saber disso e pensar a respeito, quando for planejar a comunicação de uma marca. É, ainda, arriscado deixar tudo por conta da mídia digital.

Nosso dia-a-dia não é o mesmo, para a maioria das pessoas.

Então, cuidado com as opiniões.



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Leia esta entrevista, com o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola , ao jornal O Globo.

Não há solução para o Brasil, pois não conhecemos nem o nosso problema. 

Estamos todos no Inferno. Entrevista aterradora. 

GLOBO: Você é do PCC?
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível… vocês nunca me olharam durante décadas… E antigamente era mole resolver o problema da miséria… O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias… A solução é que nunca vinha… Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a “beleza dos morros ao amanhecer”, essas coisas… Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo… Nós somos o início tardio de vossa consciência social… Viu? Sou culto… Leio Dante na prisão

O GLOBO: – Mas… a solução seria…
- Solução? Não há mais solução, cara… A própria idéia de “solução” já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma “tirania esclarecida”, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC…) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios…). E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução.

O GLOBO: – Você não têm medo de morrer?
- Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar… mas eu posso mandar matar vocês lá fora…. Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba… Estamos no centro do Insolúvel, mesmo… Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração… A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala… Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em “seja marginal, seja herói”? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha… Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante… mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem.Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da Justiça”? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.

O GLOBO: – O que mudou nas periferias?
- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório… Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no “microondas”… ha, ha… Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Você s, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.

O GLOBO: – Mas o que devemos fazer?
- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas… O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, “Sobre a guerra”. Não há perspectiva de êxito… Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas… A gente já tem até foguete anti-tanques… Se bobear, vão rolar uns Stingers aí… Pra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas… Aliás, a gente acaba arranjando também “umazinha”, daquelas bombas sujas mesmo. Já pensou? Ipanema radioativa?

O GLOBO: – Mas… não haveria solução?
- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a “normalidade”. Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco…na boa… na moral… Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês… não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: “Lasciate ogna speranza voi cheentrate!” Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.

Fonte: ficção baseada na realidade, assinada por Arnaldo Jabor. O texto foi redigido em 2006 e voltou à cena no novo livro do Jabor, Pornopolítica, editado recentemente, tanto que a informação reaparece em 2014.Basta digitar qualquer parte do texto do Google que ele surge inteiro na tela.





Confira também um filme sobre o assunto aqui.

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