sexta-feira, 19 de julho de 2013

Para não haver bate boca no meio do salão




O jornalista Anas Aremeyaw Anas conta muitas histórias de corrupção e crimes organizados por toda Gana, sem revelar sua identidade. Nesta apresentação (onde seu rosto aparece coberto) Anas mostra cenas macabras de algumas de suas investigações e demonstra a importância de enfrentar a injustiça. 




O briefing era o seguinte: promover a publicidade para o grande público, atraindo mais jovens talentos para o mercado. 

Cliente: a associação norte-americana de agências de publicidade, a poderosa 4 A’s. A associação decidiu criar a competição com base em um estudo chamado “The truth about advertising” (“A verdade sobre a publicidade”), realizado em parceria da IPC McCann com a Momentum, que revelou que as pessoas têm uma imagem da publicidade melhor que os próprios publicitários.

O estudo foi apresentado durante a conferência “Transformation”, da 4 A’s, em Nova Orleans, em março, e revelou dados como o fato de que 69% das pessoas acreditam que a publicidade pode contribuir para um mundo melhor

No entanto, a maioria das pessoas de dentro da própria atividade  gostaria de estar fazendo algo mais criativo, e 70% consideram essa uma profissão do passado. O estudo também descobriu que 79% das pessoas que trabalham em publicidade acreditam que a indústria é melhor em enaltecer as marcas para as quais trabalha do que a si mesma.

Nancy Hill, presidente da 4 A’s, viu os dados como um alerta. Era preciso criar valor para a profissão, e mostrar para as pessoas de fora da indústria a crença na publicidade como uma profissão que vale a pena. Assim nasceu o “Truth Brief”, uma competição cujo desafio era, justamente, “vender” a publicidade como indústria atraente para se trabalhar.

Em junho passado, o vencedor foi anunciado: a exposição de arte “Le Communique Art Show”, criada para apresentar peças publicitárias como arte em universidades, sem revelar sua origem “menos nobre”. Despidas de logomarcas, as peças foram dispostas em uma universidade norte-americana e apreciadas por estudantes que só souberam no final que se tratavam de anúncios e comerciais. Uma última “tela” revelava: “Todas as peças que vocês viram aqui são Publicidade. Junte-se à comunidade mais criativa do mundo”.

A ideia foi de Nuno Ferreira e Ryan Wolin, respectivamente sênior vice-presidente e diretor de criação da Leo Burnett Interactive, e diretor de criação associado da Leo Burnett em Chicago.

“Nos demos conta de que se queríamos que os jovens considerassem nosso negócio, tínhamos que provar que o que fazemos tem tanto potencial criativo como qualquer outra área. Então, decidimos fazer uma exposição de arte somente com publicidade. Anúncios completamente despidos de suas logomarcas. Mudar o referencial nos permitiu mostrar anúncios sem qualquer julgamento preconcebido normalmente associado a eles”, conta Nuno, que é português de nascimento, mas construiu sua carreira entre Canadá e Estados Unidos.

Segundo ele, no último ano sua agência perdeu pelo menos uma dúzia de jovens profissionais para carreiras em tecnologia, startups, desenvolvimento de aplicativos e edição no YouTube. “Quando converso com jovens estudantes, percebo que a publicidade perdeu seu posto de outros tempos, de uma carreira excitante. Eles acreditam que podem fazer algo mais relevante em outras profissões”, disse.

A 4 A’s pretende transformar a exposição em itinerante, rodando universidades dos Estados Unidos para comprovar as possibilidades criativas da publicidade, enxergando-a por uma lente diferente. Nancy, da 4 A’s, acredita que a função do projeto é, também, promover o orgulho da profissão entre os seus integrantes. A ideia é criar um “kit básico” da exposição para ser distribuído entre as agências associadas à 4 A’s.

O júri que escolheu o projeto vencedor foi presidido por Susan Credle (Leo Burnett) e Chuck Porter (CP+B), e foi formado por Angel Anderson, da CP+B; Lauren Connolly, da BBDO; Christopher Cannon, da BBDO; Liz Delp, da Grey; Tor Myhren, da Grey; Luna Hurtado, da Leo Burnett; e John Boiler, da 72andsunny.

Consumidor crê na publicidade
A pesquisa realizou 1 mil entrevistas com consumidores nos EUA e outras 478 (online) com pessoas da indústria da publicidade, além de ouvir mais profundamente 11 lideranças do mercado e pessoas aleatoriamente na Madison Avenue, em Nova York. O que ficou claro, entre os publicitários, é que eles acreditam que os melhores tempos da publicidade ficaram para trás – principalmente nas décadas entre 1960 e 1980.

Eles acreditam que profissionais de publicidade sofrem mais de depressão e ansiedade (39%), bebem demais (40%) e enxergam sua área como um ambiente líquido, onde se nada e se está sempre em vias de afundar (80%). E 56% desejam, secretamente, estar fazendo algo mais criativo. Ao mesmo tempo, 57% acreditam que esta é uma indústria com problemas para atrair e manter talentos.

Já entre os consumidores, não parece haver problemas: 84% deles veem a publicidade como parte de seu dia a dia, se enxergam como consumidores (82%), dizem que ela ajuda a mantê-los informados (87%), atualizados em relação a tendências (83%). Ao todo, 77% dos consumidores entrevistados dizem que a publicidade os entretêm, faz rir (77%) e lhes dá assunto para conversar (57%). Outro dado interessante é que 71% dos consumidores têm uma opinião positiva a respeito da profissão de publicidade.

Fonte: 4A’s e propmark

COMENTÁRIO
Num mundo cada vez mais competitivo e concorrido, a comunicação de marketing pode fazer a diferença e este é o desafio fascinante do cotidiano dos publicitários, no mundo todo.  Claro que há os menos talentosos e menos preparados, que sucumbem ao stress, às drogas e às bebidas, assim como os desiludidos que não conseguiram o almejado sucesso… mas isso ocorre em todas as profissões.
Só o fato de trabalharmos com ideias que podem modificar o mundo, o comportamento, o consumo e os produtos e serviços deve nos bastar para crer que Publicidade - e comunicação de marketing como um todo - valem e valerão sempre a pena.
Sempre trabalhamos com mensagens de vendas e de criação de imagens de marca e conceitos. Este é um dos mais fascinantes desafios da vida, fruto da nossa imaginação, com base no nosso conhecimento, experiência e raciocínio. 
Existe profissão melhor? 
Pode haver, se não nos dermos o devido valor ao que fazemos na transformação do planeta, melhorando a vida das pessoas.
Acreditamos nisso e ponto.



A Honda lançou uma campanha global, intitulada “Honda Hands”, que comemora os 65 anos de atuação da montadora japonesa fabricando carros, motos, motores para embarcações, aviões, entre outros produtos. Criada pela Wieden+Kennedy de Londres, a ação conta com filme produzido pela Nexus Productions, que está sendo veiculado no YouTube. Postado há uma semana, o comercial já tem 3,5 milhões de visualizações.

A campanha tem como objetivo mostrar o lado inovador e desafiador da marca, além de destacar a importância da curiosidade no modo como os engenheiros encaram todos os desafios.

O filme mostra o que acontece quando as mãos de um engenheiro da Honda encontram uma porca de parafuso. Elas começam a brincar com a peça, transformando-a em produtos da Honda, que vão desde motocicletas, automóveis, bicicletas, aviões e até o robô Asimo, resultado das pesquisas tecnológicas da empresa que imita as formas e o comportamento humano. A trilha exibe um trecho do Hino Nacional brasileiro.

Vale lembrar que, apesar de ter iniciado suas atividades em 1948, a história da empresa no Brasil começou na década de 70, quando, segundo a própria companhia, não existia praticamente mercado para motocicletas no país. Com a fundação da empresa, cresceu a importação de motocicletas e, dois anos depois, a de produtos de força.

Segundo informações da montadora, o grande passo, no entanto, ocorreu em 1976, com o início da produção nacional. Hoje, na Moto Honda da Amazônia, em Manaus, são produzidas motocicletas, quadriciclos e motores estacionários. De acordo com a empresa, hoje, a Honda é líder nacional no setor de motocicletas e, em 2012, ultrapassou a marca de 17 milhões de unidades produzidas.

Em 1992, começaram as importações de automóveis. Em 1997, foi inaugurada a fábrica da Honda Automóveis do Brasil.


Fontes: Youtube e propmark



Preste atenção. 
Foi ao vivo.
No programa religioso, ela esqueceu o texto e…




Provavelmente haverá desdobramentos da iniciativa de Edward Snowden em expor a espionagem do governo dos Estados Unidos, mas pesquisas sugerem que os norte-americanos já estão resignados em trocar alguma privacidade pela identificação de terroristas. Há uma burocracia fazendo isso, então provavelmente é mal feito e não é como se o governo já não escrutinasse nossas declarações de impostos, registrasse cada peça que postamos no correio tradicional e, em alguns estados, nos faz saltar obstáculos extraordinários para fazer coisas como votar e exercitar os direitos, de outra forma garantidos pela Constituição.

Mas o que vai acontecer quando os consumidores descobrirem quão regular, profunda e habilmente nós anunciantes monitoramos o comportamento deles e, ao fazer isso, borramos a linha que separa conveniência e manipulação?

Nossa bisbilhotagem faria vergonha à Agência Nacional de Segurança. A partir do nível do serviço de provedor de internet, passando por plataformas de mídias sociais e websites, incluindo aplicativos, anúncios e conteúdos clicáveis (como vídeos), coletamos uma vasta quantia de informação do comportamento online do consumidor (e sua localização geográfica), e usamos isso para organizar resultados de buscas, informações e endereçar anúncios a milhões de pessoas milhões de vezes diariamente… no plano ideal, a cada um deles de forma exclusiva. Não fazemos isso para manter ninguém a salvo, no entanto. Fazemos isso para vender coisas. No mercenário benefício do fazer-dinheiro que ganhamos através de toda a amizade e conversa “não-comercial” que estabelecemos com os consumidores.

Chamamos isso de “melhorar a experiência do usuário” e não apenas há planos inteiros de monetização baseados nisso (como o Facebook), como é o condutor de nossas esperanças no chamado “big data” vender coisas para pessoas que não querem mais comprar. O único momento em que falamos a respeito é quando pedimos aos consumidores para aceitar os termos de uso e então só no denso código secreto que está para ser revelado, como o que o Ulisses, de James Joyce, está para a clareza. Nós contamos pouco a eles, esperamos que eles entendam ainda menos e, então, temos a audácia de reivindicar que eles estejam OK com isso, ao perguntarmos.

Os “millenials” parecem de alguma forma ser negligentes com suas informações pessoais, mas eles tendem a se integrar a outros grupos etários na desaprovação à coleta de dados e manipulação, ao menos quando os detalhes explícitos são revelados a eles. No entanto, há empresas investindo milhões em algumas fantasias sérias quanto a controlar os caminhos deles para comprar os produtos que fazemos, ao nível de automatizar nosso marketing, então, nós não necessariamente teríamos que vender tanto quanto remoer seus dados de uso e incentivá-los a comprar coisas sem que eles (ou nós) estejamos conscientemente alertas a respeito.

Nossa esperança é de que eles permaneçam desavisados das informações que fornecem ou, no pior caso, mantenham a crença de que vale a pena fazer isso em troca de anúncios e outros conteúdos que de alguma forma são pré-selecionados para ser interessantes a eles. Mas há uma linha fina entre conveniência e manipulação e a ideia essencial da “escolha do consumidor” perde significado se esta escolha não é realmente livre. Se nós não achávamos que borrar essa linha era uma bomba em potencial, por que estamos tão envergonhados em discutir isso, e quase congenitamente incapazes de assegurar que os consumidores entendem a largura e profundidade (e consequências) de nossa bisbilhotice?

Exatamente como os programas da ANS, isso não pode se manter em segredo para sempre. Imagine se um delator comercialmente esperto surgisse com provas detalhadas de como dados de usuários foram coletados, compartilhados e, então, explorados por uma variedade de empresas e, de alguma maneira, conectasse isso para ilustrar as formas como são limitadas as escolhas do consumidor, enquanto as compras são injustamente promovidas.

Se políticos libertários tivessem mais voz em Washington ano que vem, haveria regras pedindo mais transparência e revelações e essas revelações assustariam aqueles que se dizem Ok em serem vigiados?

A tecnologia pode estar fazendo chegar esse dia, com uma consciência crescente sobre coisas com o browser anônimo Tor e configurações “não-me-monitore” em seus competidores mainstream. Acabei de baixar algo chamado “DoNotTrackMe” (Não me monitore), que me diz quais são todos os serviços que estão arrancando informação a meu respeito quando visito sites (o que é chocante). Em resposta às revelações da ANS, a CyanogenMod está desenvolvendo um recurso para bloquear a coleta de dados pessoais dos usuários de android. Estou convencido de que garotos estão neste momento em garagens vindo em breve com aplicativos matadores para ajudarem os consumidores a se esconderem ainda melhor das marcas que alegam querer ajudá-los.

Nós anunciantes não falamos muito sobre esse assunto, provavelmente porque é muito complicado e espinhoso. Mas isso assombra nossas melhores esperanças para o futuro. E, enquanto as pessoas podem deixar o conto de Snowden terminar como uma aventura de espionagem um pouco distante, a história mais assustadora é o que é feito com cada consumidor em nome de um comércio eficiente. Sem uma abordagem muito mais criativa para contá-la, temo que outros (ou outros eventos) contarão a história para as marcas.

E esta história não tem um final feliz.

Jonathan Salem Baskin é autor de “Milhares de palavras: 
Por que devemos combater a tirania do breve, vago e incompleto” 
e presidente da consultoria de marketing Baskin Associates.

Tradução: Roseani Rocha, de Meio e Mensagem



Para ficar com inveja








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