terça-feira, 25 de junho de 2013

Para onde vamos?

Exclusiva para iPad, a revista Cosmo For Guys (CFG) – da mesma editora da Cosmopolitan e Esquire – foi lançada com o popular viral “iPad Head Girl”, hoje com mais de 1 milhão de views.

Para promover a nova edição da revista, a agência Thinkmodo conduziu um “experimento” para descobrir o que as garotas olham quando encontram um homem.

Quatro cameras foram colocadas em um cara-modelo chamado Anthony, e ele saiu pelas ruas de Nova York pedindo por informações. Nenhuma base científica, é óbvio, mas diverte.

Confira.




O escritório brasileiro da Ogilvy sai consagrado do 60º Festival Internacional de Criatividade de Cannes, com 35 Leões, entre eles o troféu de Agência do Ano e dois inéditos Grand Prix para o mercado nacional nas áreas de Titanium e Promo & Ativation. Além de 16 Leões de Ouro, 4 de Prata e 12 de Bronze. Até então, o Brasil havia conquistado cinco Grand Prix em Cannes, mas nunca dois em um só ano.

Na disputa pelo troféu de Agência do Ano a Ogilvy Brasil deixou para trás McCann Melbourne e a AlmapBBDO.

É a oitava vez que o País fica com o título de Agência do Ano. A Ogilvy agora entra para o seleto grupo do qual fazem parte DM9DDB (1998, 1999 e 2009), AlmapBBDO (2000, 2010 e 2011) e F/Nazca (2001).

O Grand Prix para o case “Retratos da Real Beleza”, da Ogilvy para a Dove, foi recebido no palco do Palais des Festivals por três das mulheres retratadas no documentário, em um dos momentos mais emocionantes da noite.

Com grande ajuda do escritório brasileiro, a Network do Ano foi a Ogilvy & Mather, que já havia ganhado em 2012, desbancando a BBDO, vencedora de 2007 a 2011. Neste ano, a BBDO ficou em segundo e a DDB, em terceiro.

Entre os demais prêmios especiais de 2013, a Palme d’Or mais uma vez ficou com a MJZ, vencedora do ano passado e de diversas edições anteriores. Ela superou a Biscuit e a O Positive.

O troféu de Agência Independente do Ano foi para a Wieden+Kennedy Portland, pelo terceiro ano consecutivo. Ela vendeu a Service Plan de Munique e a coirmã Wieden+Kennedy de Nova York.

O título de Holding do Ano foi novamente para a WPP, vencedora em 2011 e 2012. O Grupo Omnicomm ficou em segundo, e o Publicis Groupe, em terceiro.

Performance brasileira
A Ogilvy responde sozinha por um terço da performance brasileira em 2013, também recorde, que somou 27 Ouros, 34 Pratas e 51 Bronzes, além dos dois GPs e do título de Agência do Ano.

O case “Retratos da Real Beleza”, da Ogilvy para a Dove, torna-se o projeto criado no Brasil mais premiado da história do Festival de Cannes, com o Grand Prix de Titanium, 10 Ouros (Integrated, Branded, Film, Media, Cyber, Press, dois em Promo & Activation e dois em PR), duas Pratas (Direct e Design) e quatro Bronzes (Direct, Media, Cyber e Outdoor). Assim, foi eleito vencedor por 11 dos 16 diferentes júris integrantes do evento.

O segundo Grand Prix da Ogilvy foi para a ação “Fãs imortais”, criada para o Sport Club Recife, vencedora em Promo & Activation.

O ranking de agências brasileiras mais premiadas prossegue com AlmapBBDO (4 Ouros, 3 Pratas e 9 Bronzes), Leo Burnett Tailor Made (2 Ouros e 6 Pratas), F/Nazca S&S (2 Ouros, 3 Pratas e 2 Bronzes), Y&R (5 Pratas e 3 Bronzes), Loducca (1 Ouro, 1 Prata e 5 Bronzes), Grey 141 (1 Ouro e 2 Pratas), Africa (2 Pratas e 2 Bronzes) e empatadas em nono lugar DM9DDB, DM9Rio e Giovanni+DrafFCB (todas com 1 Prata e 2 Bronzes).

Fonte: Meio e Mensagem



Saiu o primeiro trailer de “Jobs”, o filme sobre o gênio da Apple estrelado por Ashton Kutcher.

Já é óbvio que a atmosfera da produção passa longe da biografia dramática e densa que se esperava, talvez com humor fora do lugar. Mas essa é apenas uma abordagem, outros filmes virão. A direção é do duvidoso Joshua Michael Stern.

Confira o trailler abaixo.




Os chicles Poosh!, da Arcor, patrocinarão o Z Festival, promovido pela XYZ Live, evento que acontece em 31 de agosto, no Espaço das Américas, em São Paulo, e deve reunir 20 mil pessoas.

A aposta na plataforma do entretenimento musical faz parte da estratégia de crescimento da marca em meio ao público infantil. No total, a Arcor está investindo R$ 1 milhão em marketing, patrocínio, ponto de venda e ações digitais para sua marca de chicles.

“Identificamos um mercado gigante, estratégico para a nossa marca e que cresce potencialmente. Esse grupo antecipa tendências e busca a personalização e identificação com o produto. A nova geração, conhecida como Z, nasceu conectada à internet e um dos hobbies favoritos é escutar música. O objetivo de ações como essa é aproximar do público teen, bem como proporcionar contato direto e maior interação com a marca”, explica a diretora de marketing da Arcor do Brasil, Loredana Mariotto.

Fonte: Mundo do Marketing



“Tire a bunda da cadeira e vá lá fora, ver a vida e as pessoas como elas realmente
são. Deixe o conforto do ar condicionado, da cadeira ergonômica e das pesquisas
na web. Se você tirar a bunda da cadeira, provavelmente seu cérebro irá junto e
poderá ver, observar, analisar, pensar e perceber a vida real das pessoas, nas ruas,
em casa, nos pontos-de-venda. Só assim se cria publicidade mais eficaz".



A moda de rua é uma das maiores expressões da nossa cultura e chegou no inimaginável: aos modelos menos convencionais, como o são as estátuas clássicas. A criação bizarra é fruto dos franceses Léo Caillard e Alexis Persani - o primeiro é fotógrafo, o segundo designer - que decidiram oferecer uma “nova cara” a algumas das mais clássicas estátuas do Museu do Louvre, em Paris. A atitude arrogante que a maioria dos “modelos” apresenta é, segundo os criadores, o grande mote para o trabalho. 


Para deixar tudo o mais realista possível no projeto “Street Stone”, o fotógrafo Caillard foi atrás de conhecidos que tivessem formas físicas semelhantes aos dos ícones do Louvre. Aí, colocou-os nas mesmas poses em que as estátuas estão posicionadas e vestiu-os com peças urbanas, óculos de acetato, camisas xadrez (não podia faltar), calças skinny dobradas e demais acessórios típicos dos hipsters. 


Daí, o problema de transformar as esculturas em verdadeiros modelos “moderninhos” foi resolvido com um simples toque que o Photoshop ajudou a dar. E foi também aí que entrou Alexis Persani, designer e diretor artístico, que ficou responsável pela transformação digital que misturou as fotografias em pares (as dos modelos atuais com as dos antigos). Os resultados têm tanto de original e surpreendente quanto de hilariante. 

Confira: 




Mais “arte” do fotógrafo, onde “Street Stone” é apenas uma em muitas séries de projetos marcados pela criatividade, pode ser conferido aqui. 



Renato Janine Ribeiro*

Há movimentos que saem do nada? Ninguém esperava que o Passe Livre mobilizasse assim a nação. Mas isso não significa que tais manifestações sejam um completo enigma. O que não se pode é prever se e quando se darão, nem quais serão seus resultados. Ou seja, não se sabe do seu antes nem do seu depois. Mas vou comentar o que se sabe delas.

Primeiro, este tipo de grande movimento que parece vir do nada começa com o maio de 68 francês, que é além disso o seu paradigma. No dia 15 de março daquele ano, o jornalista Pierre Viansson-Ponté lamentava que "a França [estivesse] entediada", conformista. Uma semana depois, a repressão a protestos contra a guerra do Vietnã e à entrada de rapazes nos quartos das alunas da Universidade de Nanterre detonava o movimento que, rapidamente, cresceu.

Esses movimentos vão bem além de suas causas imediatas. Estas se repetem dezenas de vezes, sem nada resultar. E de repente, a explosão. Que é um acontecimento muito maior que suas possíveis causas. Acontecimento, em inglês, é "happening"; ora, nas línguas latinas, desde os anos 1960 chamamos de "happening" uma grande festa, às vezes promovida por artistas, que tem as características de acontecer só uma vez, não tendo ensaios nem podendo ser repetida. Um acontecimento máximo, um acontecimento em estado puro. Daí, que esses eventos únicos sejam festas. Quem participou dos muitos movimentos de 1968 - na França, em Nova York ou na Califórnia, na Alemanha, na então Tchecoslováquia ou no Brasil - viveu esse clima de festa. Quem se manifestou pelas Diretas-Já em 1984 ou pelo impeachment de Collor, em 1992, festejou nas ruas. Daí, um tom de alegria. As pessoas descobrem que a política pode ser alegre.

Por isso, ocupam as ruas. A causa imediata das manifestações foi o transporte público de péssima qualidade, que impõe aos pobres o gasto de quatro a oito horas por dia para ir e vir do emprego - uma segunda jornada de trabalho, não paga em dinheiro e que onera a saúde física e mental dos trabalhadores. Mas vejam o simbolismo: estão falando do transporte, isto é, do movimento (e reclamando contra a lentidão, a falta de movimento). "A vida é movimento", dizia em 1651 o filósofo Thomas Hobbes. Estão reclamando da estagnação, que é morte, e clamando pela vida. Uma política que clame por causas ligadas à vida é coisa rara. Não é a política das instituições, não é a da governabilidade, não é a do Parlamento.

E assim a causa imediata funciona como um ímã. Ela atrai tudo o que seja "do bem". Os manifestantes lhe agregam a demanda pela saúde, pela educação e até pelas palavras de ordem que não são da ordem, mas da liberdade, como o célebre "é proibido proibir" do 68 francês, ou o "seja realista, exija o impossível". Tudo adquire as cores das grandes mudanças, daquelas que não aparecem no dia a dia, mas surgem como uma revelação, uma epifania, um momento em que se descobrem novas potencialidades para o mundo e para a vida com o outro, para o viver-juntos. Por isso mesmo, cintila sempre a perspectiva de que uma outra política, mais vital, é possível.

Nem tudo são flores. O Brasil padece de uma cultura política fragílima. Anos de pregação segundo a qual todos os nossos problemas decorrem da corrupção - convicção esta que é uma marca clara da ignorância política - fazem muitos acreditarem que o outro, aquele que discorda deles, não pode ser uma pessoa honesta. Muitos ignoram o que significam democracia e política, a saber: há divergências sérias na condução dos assuntos públicos, que cabe ao voto resolver, mas dentro do respeito ao outro. Chamar o outro de ladrão ou bandido é destituí-lo dos direitos políticos e considerá-lo criminoso. Isso não deveria acontecer, salvo exceções comprovadas de crimes cometidos, entre petistas e tucanos, entre republicanos e democratas, entre trabalhistas e tories. Mas acontece, no Brasil, com alarmante frequência. Daí que, quando as ruas se abrem para o imaginário, uma parte dele seja agressivo e violento. Cito um ativista do Passe Livre, que esteve dia 21 no debate que coordenei no Instituto de Estudos Avançados da USP: a direita e o crime, disse ele, estão hackeando nossos movimentos.

E o "day after"? A revelação de que você pode ocupar as ruas, de que por algumas horas pode tirá-las dos carros e fazer uma festa ali é tão poderosa que corre o risco de ser apenas uma catarse, uma pausa no meio de uma vida que antes e depois será conformista. Muitos manifestantes de 1968, das Diretas ou do impeachment lembram esses momentos como apenas uma festa, mas que em nada mudou suas vidas. Ganharam liberdade sexual, é tudo. Será uma pena se assim for. Epifanias devem mudar, sim, a vida de quem as tem. Você não pode ter uma revelação e não se converter... Que os políticos procurem conduzir "business as usual" é até compreensível, mas as pessoas que sentiram o gosto do diferente deveriam inseri-lo em suas vidas.

Isso, mesmo sabendo, o que é bastante amargo, que a curto prazo quem colhe os frutos não é quem os semeou. A Primavera Árabe, obra de jovens democratas, levou ao poder gente conservadora, como os extremistas da Tunísia e do Egito. Maio de 68 conduziu, em junho daquele ano, à vitória eleitoral da direita. Mas hoje ninguém lembra a direita francesa da época, e todos recordam os estudantes, os jovens, o mês de maio. A sociedade muda. E, assim como 1968 se deu em pelo menos três continentes, de 2011 para cá pode estar surgindo uma segunda onda dessas manifestações tão vitais: com a Espanha, países árabes, Turquia e Brasil, elas parecem estar-se espraiando pelo mundo. O que virá desta segunda onda?

*Renato Janine Ribeiro é professor titular de Ética e Filosofia Política na 
 Universidade de São Paulo (USP). Foi diretor de avaliação da Coordenação de 
 Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) entre 2004 e 2008.
Publicou diversos livros, com destaque para “Ao leitor sem medo – Hobbes 
 escrevendo contra o seu tempo”, “A última razão dos reis”, “A Universidade e a 
 Vida Atual”, “O Afeto autoritário – televisão, ética, democracia”, “A sociedade
 contra o social”, ganhador do Prêmio Jabuti de Ensaio em 2001, e
 “Politica – para não ser idiota”, em parceria com Mário Sérgio Cortella.

E-mail: rjanine@usp.br
Este artigo foi publicado no Jornal Valor Econômico 
na edição de ontem |24,junho| página A6

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