quarta-feira, 12 de junho de 2013

Falta de um Xodó

Namorados
Oh Namorados


Existem muitas versões para o surgimento do Dia dos Namorados. A mais famosa delas conta que a data surgiu por causa de um sacerdote chamado Valentim. Pela história, Valentim ignorou as ordens do imperador romano Cláudio II em sua proibição a casamentos em períodos de guerras.

Por continuar celebrando casamentos, o sacerdote acabou preso e condenado à morte. Enquanto estava detido, porém, Valentim apaixonou-se pela filha de um de seus carcereiros, a quem enviou uma carta apaixonada, assinada como "teu Valentim". O fato deu origem à tradição existente em muitos países, pela qual os namorados trocam cartas e presentes em 14 de fevereiro, dia em que Valentim foi decapitado, em 270 d.C.

No Brasil, a data não era comemorada até 1949, quando um comerciante paulistano, preocupado com o abrandamento das vendas no mês de junho, contratou o publicitário João Dória para encontrar uma forma de aquecer o varejo nesta época. A solução encontrada por Dória foi criar uma data semelhante a de outros países, incentivando assim a troca de presentes e a movimentação do comércio. 

Dia 12 foi a data escolhida por anteceder o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, celebrado em 13 de junho.










Trabalho em casa: 
o futuro do mercado?

Acordar cedo e enfrentar horas de trânsito para ir trabalhar são, cada vez mais, coisas do passado. Pelo menos é o que pensa Donald Feinberg, analista da Gartner Intelligence, que mostra como conceitos como "bring your own device" e "home office" podem ser a cara da empresa que pensa no amanhã.





O futuro já chegou
Maravilhoso





Comercial sensacional

http://www.youtube.com/watch?v=C_CDLBTJD4M&feature=player_embedded#!
Um espetáculo a criação  da  agência japonesa  Drill para promover o aparelho celular  NTT  DoCoMo  SH-08C, que  tem base  de madeira.  A agência criou um xilofone gigante  no  meio da floresta para o filme e o som do xilofone fazendo “Jesus,  alegria  dos  homens”  da  cantata nº 147  de Bach” é real. O projeto levou 4 dias para ser filmado.





A pesquisa Empresa dos Sonhos dos Executivos revela expectativas e valores dos executivos brasileiros e alerta para a insatisfação dos gerentes

Sofia Esteves, presidente do Grupo DMRH, apresentou, no Fórum HSM Gestão e Liderança 2013, os resultados da pesquisa Empresa dos Sonhos dos Executivos 2103, cuja amostra contou com mais de 4 mil respostas entre Janeiro e Fevereiro últimos.

Esta 2ª edição da Pesquisa Empresa dos Sonhos dos Executivos revelou o ranking das dez empresas nas quais os executivos brasileiros sonham trabalhar, mas também investigou os desejos desses profissionais de acordo com sua idade, posição na hierarquia, tempo de experiência, gênero e outras variáveis que podem ou não impactar atitudes e comportamentos no ambiente de trabalho.

Veja alguns dos dados apresentados:

1| neste ano, 53% afirmam ter uma empresa de seus sonhos, enquanto na edição anterior mais de 66% apontaram ter. Entre os motivos de escolha, estão a admiração por seus produtos ou segmentos, a possibilidade de crescimento na carreira e de desafios constantes e também o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

2| 36% das mulheres acreditam que flexibilidade organizacional por meio de ações como “home office”, escolha dos investimentos em educação e outros benefícios diferenciados farão parte da “empresa dos sonhos” do futuro.
Entre os motivos que levariam estes executivos a empreenderem estão ter a possibilidade de vivenciar situações desafiantes e não depender financeiramente de outra empresa.

3| Apenas 8% dos executivos acreditam na eficiência dos resultados que treinamentos práticos (“on the job”) podem trazer ao seu desenvolvimento profissional. A dica é as empresas apostarem em outros investimentos mais personalizados para satisfazer este público.

De acordo com Sofia, a pesquisa deixa um alerta importante a respeito da retenção destes executivos. “Como poderemos transformar nossas organizações para não perdermos tantos talentos?”, indaga.

Fonte: HSM Management



E então, Deus fez o fazendeiro.

Título: Então Deus fez o fazendeiro.
Agência: Wieden + Kennedy / Portland
Anunciante: Chrysler


COMENTÁRIO
Uma ideia simples, texto primoroso, ótimas fotos, locução soberba. Não custou uma fortuna e ficou sensacional.



Estou na faculdade, e agora?
Um olhar profundo sobre o calouro do nível superior do ensino privado
Bianca Bacelete


Como estudante e professora, convivo com os dois lados desse mundo do aprendizado. Vejo as dificuldades reais dos colegas, nos bancos da faculdade e também vejo as dificuldades do professor ao ter a tão árdua tarefa de ensinar. 

Aponto aqui, as cinco principais dificuldades do aluno ao ingressar no primeiro período na faculdade e as principais dificuldades do professor ao ter que contornar essas barreiras.

1ª.| Falta de base dos ensinos fundamental e médio: 
Mesmo para os alunos que são oriundos da rede particular de ensino, há uma constante dificuldade em interpretar textos, construir boas redações, resolver problemas matemáticos simples, usar a norma culta de nossa língua e até mesmo na comunicação trivial em sala de aula. A falta dessa bagagem dificulta muito a compreensão dos assuntos abordados na aula, o que pode desestimular o estudante.

Nesse caso, o professor precisa usar o precioso tempo de suas aulas para relembrar essas bases, ou em casos extremos, ensinar novamente todo o “bêabá” não aprendido nos anos anteriores, já que, sem esse conhecimento, ele não conseguirá prosseguir. Estamos falando da esmagadora maioria da sala de aula que precisa de um “flashback” em cada aula. Isso atrasa o andamento do conteúdo programado para o período, o que pode resultar numa corrida na matéria no final.

Meu conselho ao aluno nessas condições, é que tente recuperar o tempo perdido por conta própria, estude e relembre a matéria em casa. As faculdades e universidades particulares oferecem aulas de monitoria, frequentem essas aulas e tirem suas dúvidas, vá à biblioteca e leia, atualize-se.

2ª.| Falta de interesse do aluno em seu próprio desempenho: 
Quando ingressa na faculdade, o aluno, que ainda está com as imagens da formatura do ensino médio na memória, não tem noção de que é responsável pelo seu desempenho, de que será avaliado de acordo com os resultados que entregar. Falta-lhe o senso de responsabilidade, acostumado a “estudar para passar de ano”, não entende que precisará de mais do que um diploma para obter sucesso.

Esse aluno é disperso e costuma conversar durante a aula, falar ao telefone na sala, e acaba atrapalhando a interação do professor com outros alunos e interrompendo a aula para ser pedido o famoso “silêncio”.

Se você se encaixou nesse item, mude sua postura imediatamente, você mudou de nível, não é mais um adolescente rebelde.

3ª.|Muitos anos sem estudar: 
Esse aluno é o clássico “coitadinho”, que não teve oportunidades cedo na vida e precisou trabalhar logo após a escola ou terminou os estudos à noite, já trabalhando. Ele acredita que deve ter atenção especial ou privilégios, pois sente que está em desvantagem em relação aos colegas mais novos. Sabe da importância de cursar o nível superior, mas considera-se incapaz ou com menos chances.

Por achar que merece um troféu por estar no nível superior, esse aluno exige que o professor seja complacente com ele, que o trate de forma diferenciada. Quando ele tem dificuldade em um trabalho, ele sente que o professor deve avaliá-lo de acordo com suas dificuldades. Quando faz uma prova, sua nota deve ser concedida de acordo com sua “in” capacidade.

A esse aluno eu aconselho que pare já e reflita: o mercado de trabalho será “bonzinho” só porque você passou dificuldades? Adapte-se.

4ª.| Indecisão:
O que você vai ser quando crescer? Essa pergunta nos é feita ainda crianças, e temos a mente povoada de sonhos e ideias. Mas não somos preparados para tomar a decisão quando o momento chega. A resposta é difícil. Às vezes, o calouro não pesa os prós e contras de uma carreira, não pesquisa salários, oportunidades, tampouco verifica a grade do curso que escolheu “aleatoriamente”, ou “vai fazer junto com a galera” e descobre no meio do semestre que cometeu um erro, que não era isso que ele queria, que não sabia que era assim.

A dificuldade do professor com esse tipo de aluno vai além do aprendizado, ele está em constante briga consigo mesmo, falta às aulas, é desinteressado, tira notas sempre dentro da média mínima para passar ou fica reprovado.

Esse aluno, quando se gradua, tem grande dificuldade de se encaixar no mercado de trabalho, pois a maioria desiste antes do 3º. período. Se você se identificou aqui, tome uma decisão, saia e procure sua vocação ou fique e dedique-se.

5ª.| Pressão dos pais: 
Parece improvável que ainda hoje existam pais que “obrigam” os filhos a seguir tal carreira, a fazer tal curso, mas existe. Muitos ingressantes sofrem pressão dos pais para escolher a faculdade “X” ou fazer o curso ”Y” porque dá mais dinheiro, ou porque o filho do vizinho fez e se deu bem, ou o motivo que seja. Esses alunos estão fora de seu lugar, sem estímulo, sem ambição.

Para o professor, esse aluno parece uma bênção vinda dos céus, é aplicado, estuda muito, faz os exercícios e trabalhos, tira boas notas. Mas ele não tem o brilho nos olhos, não está motivado, não anseia o conhecimento, está focado na entrega dos resultados aos pais. Não importa se ele quer, não importa se ele aprendeu.



Meninos e Burros


Há uma cena no filme “Pinóquio”, de Walt Disney, em que meninos são atraídos por duas raposas espertas para uma espécie de parque de diversões – a Ilha dos Prazeres – onde é proposta uma vida plena de facilidades. Lá se pode jogar baralho, sinuca e até fumar charutos – “coisas feias” para a moral da época em que o filme foi realizado, 1940. Não sei se este contexto está inserido no original do conto de Carlo Collodi (1883), pois nunca o li. Depois de atraídos ao local, na maior festa, os meninos começam a perceber que estão se transformando em burros. Crescem orelhas, rabos e patas e começam a urrar desesperados, arrependidos da farsa a que foram impostos. Do local, são encaminhados ao trabalho forçado, isto é, puxar carroças.

Nos últimos tempos, tenho observado jovens entre 25 e 40 anos passarem pelo mesmo processo em algumas empresas, principalmente entre as multinacionais. A metáfora do conto “Pinóquio” serve para a seguinte situação: “Venha para a nossa empresa, dê tudo de si, passe noites em claro, trabalhe até tarde, largue a família, filhos e se dedique à nossa causa, que é gerar lucros cada vez maiores para nossos adorados acionistas. Nós lhe daremos participação nos resultados, status, viagens internacionais, convenções festivas, laptops e celulares de última geração, prêmios por desempenho e a possibilidade de ascensão profissional.” O que de fato acontece é que esses “meninos burros”, depois de certo tempo, são sumariamente dispensados – trocados por forças de trabalho com menos idade e, em consequência, mais baratas. Quarentões e quarentonas, depois de dedicarem a época mais criativa e produtiva das suas vidas às empresas que amam, são dispensados sem a menor cerimônia. Começa a percepção da amarga realidade: a empresa na qual se empenharam não é mais aquela família risonha e franca que acreditavam ser. Aí, já é quase tarde. Buscar outra colocação, abrir seu próprio negócio ou diminuir o ritmo?

Tenho encontrado por toda a parte jovens desesperados com o atual ritmo de trabalho imposto pelas empresas. Alguns estressados como soldados em campo de batalha, outros vítimas de acidentes por déficit de atenção e muitos em processo de separação matrimonial. No ano passado, fui chamado por uma grande empresa para organizar um workshop com o seu pessoal de serviços. Recebi o briefing das mãos de um desses profissionais. Exigente ao extremo, queria produção ao máximo, era tudo ou nada: seus “colaboradores”, ou traziam lucro, muitos dos quais fora das suas áreas de ação, ou seriam dispensados. Com ele a ordem era apertar todo mundo e tirar o máximo que o pessoal podia oferecer. Sua promissora carreira estava em jogo e ele seria julgado pelo desempenho exigido dos seus colegas de trabalho. Feitores dos tempos escravagistas eram mais complacentes. Dias antes do evento liguei para saber se estava tudo certo. Não estava. Ele havia sofrido um infarto e fora internado numa UTI. A pressão que ele impunha aos outros se voltara contra si próprio. Outro gerente de contas, recém-casado, com filho pequeno, ao dirigir por uma autoestrada e obrigado a estar conectado no celular com a empresa para saber em real time às quantas andava o trabalho, bateu de frente com um caminhão. Escapou por pouco e, ao acordar em leito hospitalar, fez um balanço da sua vida, largou a empresa e foi fazer outra coisa – com um propósito melhor.

Há um contrassenso nos discursos das empresas. Elas falam de qualidade de vida, melhor lugar para se trabalhar, empresa modelo, e ao mesmo tempo arrocham o pessoal. Ganhos imensos conseguidos com este novo modelo de trabalho muitas vezes são jogados fora em operações financeiras arriscadas ou em transações de compra e venda em bolsas de valores, onde ativos empresariais são vendidos a novos acionistas como se vendem bananas. Os que trabalham e dão o sangue nos caminhos da indústria e do comércio não são levados em consideração – como móveis e equipamentos, fazem parte dos números. Só não são chamados de semoventes porque este termo há muito deixou de aparecer nos registros contábeis das empresas modernas.

É claro que a competição, produtividade e meritocracia são necessárias, mas é preciso levar em consideração que trabalho é um meio de vida, não de morte. E por que somente no ambiente empresarial esta exigência? Todo o esforço que fazemos para ser produtivos morre na inoperância do Estado brasileiro com seus altos impostos, suas burocracias e regras draconianas, na corrupção endêmica dos políticos, na falta de infraestrutura e nos péssimos serviços públicos. Ser funcionário exemplar ou empreendedor no Brasil de hoje faz mal à saúde.

Eloi Zanetti  é consultor de marketing e de comunicação



Experiência do cliente
não é marketing


Marketing não se resume a prometer experiências e sensações. 
Na verdade, as suas promessas não têm nada a ver com marketing.
  • Faturas e cobrança: seus clientes só podem ter esse ponto de contato com a sua empresa? Você acha isso justo?
  • Reclamações e atendimento ao cliente: seus clientes terão problemas. Se o processo de ouvir os problemas de seu cliente e, em seguida resolvê-los é doloroso, nenhum marketing vai te ajudar.
  • Após os incentivos de marketing, seus clientes estão a bordo. Como é a sua primeira experiência?
  • Será que a experiência online do cliente será agradável, ou será que ela é incoerente?
  • E quando o cliente vai embora? Você os deixa abandonados, ou mantêm a porta aberta para quando eles voltarem
Os especialistas em marketing vivem nos dizendo aquilo que realmente queremos e agora estão dizendo que a experiência do cliente é o novo marketing.

Esse artigo vai dizer que não é…

Assim, um dos desafios sobre a experiência do cliente, é o quão abrangente ela é; Então, sim, a experiência do cliente faz parte do marketing da sua empresa, mas essa não é a única parte.
Seus clientes irão advogar para você graças à experiência superior que a sua marca proporcionar a eles.

Mas o marketing ainda é marketing. Marketing é levar a ideia de que você fornece e torna-la atraente para aqueles que estão prontos para comprar. A experiência do cliente é toda a viagem do cliente junto com a sua marca.

A experiência do cliente inclui pontos na jornada, muitas vezes esquecida, ou ignorada, pelo marketing.

Dito isso, pare de dizer que a experiência do cliente é o marketing. Ela não é. Ela vai ajudar o seu marketing, mas a experiência pertence ao cliente.

A experiência do cliente não é marketing, mas sem ela, não há esforço de marketing que ajude a sua empresa.

Considere a experiência como um diferencial, uma parte fundamental da sua missão, uma virada de jogo ou até mesmo uma ferramenta pare recrutamento. Mas não chame isso de marketing.

A confusão começa quando começamos a acreditar que esse marketing ao estilo abracadabra funciona e, com isso, começamos a errar.

American Airlines mudaram seu logo e a sua frota para proporcionar uma nova experiência ao cliente. Os passageiros, que rotineiramente decepcionados com a experiência do voo, partiram às mídias sociais para reclamarem.

Em contrapartida, um porta-voz americano afirma que o novo visual da empresa é um investimento estratégico e necessário para melhorar a experiência geral dos clientes.

Certamente eles estão errados. A JD Power & Associates lançou o estudo de satisfação aérea e a American Airlines  estava classificada em penúltimo lugar na categoria companhias aéreas tradicionais.

Só não perdeu para a EUA Airways, que deverá finalizar, até o final do ano, a fusão com a American Airlines. No lugar do CEO, deveríamos começar a nos preocupar com as experiências que os clientes estão tendo de maneira genuína e comprometida.

Exteriores brilhantes e logotipo renovado não irão levar nenhuma empresa a lugar algum quando os clientes são maltratados ou estão insatisfeitos com o tempo que passam dentro da aeronave.

O caso da American Airlines, mostra o quão profunda é essa mitologia dentro de algumas organizações, e como elas vão sucumbindo nessa mentira.

Não caia nessa armadilha. Comunique-se com o seu mercado. Mas não esqueça de cumprir as suas promessas e concretizar a experiência do cliente, para que você continue existindo.
Tudo se resume na experiência do cliente?

Este artigo foi adaptado do original, “Customer Experience Is NOT Marketing”, do Sensei Marketing



Cientistas desenvolvem 
simulador de mídias sociais



Criado por pesquisadores da IBM e do Instituto de Matemática e Estatística da USP, sistema possibilitará prever o impacto de ações de comunicação em redes como Twitter e Facebook

O poder de difusão e a velocidade de propagação das informações nas mídias sociais têm despertado o interesse de empresas e organizações em realizar ações de comunicação em plataformas como Twitter e Facebook.

Um dos desafios com os quais se deparam ao tomar essa decisão, no entanto, é prever o impacto que as campanhas terão nessas mídias sociais, uma vez que elas apresentam um efeito altamente “viral” – as informações se propagam nelas muito rapidamente e é difícil estimar a repercussão que terão.

“Se antes uma pessoa divulgava uma informação no boca-a-boca para mais três ou quatro pessoas, agora ela possui uma audiência que pode chegar aos milhares de seguidores por meio da internet. Daí a dificuldade de prever o impacto de uma ação em uma mídia social”, disse Claudio Pinhanez, líder do grupo de pesquisa em sistemas de serviços da IBM Research - Brazil – o laboratório brasileiro de pesquisa da empresa norte-americana de tecnologia da informação – à Agência Fapesp.

Para tentar encontrar uma resposta a esse desafio, o grupo iniciou um projeto em parceria com pesquisadores do Departamento de Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP) a fim de desenvolver um simulador capaz de prever o impacto das ações de comunicação em mídias sociais com base nos padrões de comportamento dos usuários.

Os primeiros resultados do projeto foram apresentados no início de maio durante o 14th International Workshop on Multi-Agent-Based Simulation, realizado na cidade de Saint Paul, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos e, posteriormente, no Latin American eScience Workshop 2013, que ocorreu nos dias 14 e 15 de maio no Espaço Apas, em São Paulo.

Promovido pela Fapesp e pela Microsoft Research, o segundo evento reuniu pesquisadores e estudantes da Europa, da América do Sul e do Norte, da Ásia e da Oceania para discutir avanços em diversas áreas do conhecimento possibilitados pela melhoria na capacidade de análise de grandes volumes de informações produzidas por projetos de pesquisa.

Segundo Pinhanez, para desenvolver um método inicial para modelar e simular as interações entre os usuários de redes sociais, foram coletadas mensagens publicadas por 25 mil pessoas nas redes no Twitter do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e de seu adversário político, Mitt Romney, em outubro de 2012, último mês da recente campanha eleitoral presidencial norte-americana.

Os pesquisadores analisaram o conteúdo das mensagens e o comportamento dos usuários nas redes de Obama e Romney, de modo a identificar padrões de ações, a frequência com que postavam mensagens, se eram mais positivas ou negativas e qual a influência dessas mensagens sobre outros usuários.

Com base nesse conjunto de dados, desenvolveram um modelo de simulação de agentes – um sistema por meio do qual cada usuário avaliado é representado por programas individuais de computador que rodam integrados e ao mesmo tempo – que indica as probabilidades de ação na rede de cada uma dessas pessoas, apontando qual o momento do dia mais provável para publicar uma mensagem positiva ou negativa com base em seu histórico de comportamento.

Uma das constatações nos experimentos com o simulador foi que a retirada dos dez usuários mais engajados nas discussões realizadas no Twitter do presidente teria mais impacto na rede social do que se o próprio Obama fosse excluído.

“Esses resultados são preliminares e ainda não temos como dizer que são válidos, porque o modelo ainda é inicial e muito simples. Servem, contudo, para demonstrar que o modelo é capaz de mostrar situações interessantes e que, quando estiver pronto, será muito útil para testar hipóteses e responder a perguntas do tipo ‘será que a frequência com que o presidente Obama publica uma mensagem afeta sua rede social?’”, disse Pinhanez.

A IBM já possuía um sistema que permite a análise de “sentimento” – como é denominada a classificação do tom de uma mensagem – de grandes volumes de textos em inglês e em fluxo contínuo (em tempo real de informação), que a empresa pretende aprimorar para disponibilizá-la no Brasil.

“Estamos trabalhando para trazer uma série de tecnologias e adaptá-las para a língua portuguesa e à cultura brasileira, uma vez que o Brasil é o segundo país mais engajado em redes sociais no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos”, afirmou Pinhanez.

Desafios

Segundo os pesquisadores, um dos principais desafios para a análise de sentimento de mensagens publicadas nas redes sociais no Brasil é que o português usado nessas novas mídias costuma não seguir as normas cultas da língua portuguesa, e isso não se deve, necessariamente, ao fato de o usuário não dominar o idioma.

“Existem convenções de como se escrever de maneira cool nas redes sociais”, disse Pinhanez. Por causa disso, um dos desafios no Brasil será o de incorporar o novo vocabulário surgido nesses fóruns.

Além disso, os textos são mais curtos e informais do que os publicados em sites de avaliações de filmes, por exemplo, como o do Internet Movie Database, em que os comentários são mais longos, mais bem formatados e rotulados.

“Com base nesse tipo de critério, podemos saber, de antemão, qual o sentimento do texto: se o usuário deu muitas estrelas para o filme é que ele está falando bem. E se deu poucas estrelas é porque sua avaliação foi negativa”, disse Samuel Martins Barbosa Neto, doutorando do IME e participante do projeto.

“A linguagem usada no Twitter é muito mais natural. Há muita expressão e variações de palavras, o que torna muito mais complicada a classificação das mensagens. Às vezes não se tem informação suficiente para assegurar que, de fato, um determinado tweet é positivo ou negativo, uma vez que ele não tem um rótulo que permita compará-lo com outros. Por isso, muitas dessas mensagens precisam ser rotuladas manualmente”, explicou Barbosa Neto.

Outro desafio é extrair dados das redes sociais. No início, o acesso aos dados das mensagens de redes, como o Twitter, era totalmente aberto. Hoje, é limitado. Além disso, o número de informações geradas por redes sociais cresceu exponencialmente, impondo aos pesquisadores o desafio de extrair mostras significativas de grandes volumes de dados para validar suas pesquisas.

“A rede do Obama no Twitter deve ter chegado aos 25 milhões de seguidores. Como podemos apenas extrair uma pequena parte desses dados, o desafio é garantir que eles não sejam enviesados – representando, por exemplo, apenas um nicho de seguidores – para gerar um resultado válido”, explicou Barbosa Neto.

Colaboração de pesquisa
Roberto Marcondes Cesar Junior, professor do IME-USP e orientador do trabalho de doutorado de Barbosa Neto, conta que o projeto de desenvolvimento do simulador de rede social é o primeiro realizado por seu grupo em colaboração com a IBM Research - Brazil.

O grupo do IME trabalha há dez anos no desenvolvimento de projetos de análise de dados usando modelos estatísticos em áreas como Biologia e Medicina, para descobertas de novos genes e de redes gênicas, por exemplo. E, mais recentemente, começou a desenvolver pesquisas para a aplicação de modelos matemáticos em Ciências Sociais.

“Ingressamos nessa área com o intuito de aplicar as mesmas técnicas matemáticas e computacionais em situações em que os dados provêm de alguma atividade humana, especificamente, em vez da ação de um gene ou de uma proteína, por exemplo, e vimos a oportunidade de trabalhar essas técnicas em redes sociais, que, do ponto de vista abstrato, têm muitas semelhanças com uma rede gênica, porque são redes que conectam elementos”, comparou Marcondes Cesar, que é membro da Coordenação Adjunta de Ciências Exatas e Engenharias da Fapesp e coordena o Projeto Temático “Modelos e métodos de e-Science para ciências da vida e agrárias”.

“Enquanto em uma rede gênica os elementos são os genes, que trocam informação bioquímica, em uma rede social os integrantes são os usuários, que trocam mensagens de texto”, disse.

A parceria com a IBM Research - Brazil, segundo Marcondes Cesar, possibilita implementar as ferramentas desenvolvidas na universidade. Para facilitar a realização do projeto, o estudante de doutorado orientado por ele foi contratado como estagiário pela empresa.

“Temos feito muitos projetos em parceria com universidades e instituições de pesquisa. Acreditamos muito em inovação aberta e atuamos bastante dessa forma”, disse Pinhanez.

Segundo Pinhanez, poucos grupos de pesquisa no mundo tentaram desenvolver um simulador de mídias sociais, em grande parte pela dificuldade de se montar uma equipe multidisciplinar de pesquisa.

“Acho que, pela primeira vez, a comunidade científica tem algo parecido com o mapa de quem conhece quem no mundo. É um mapa ainda incompleto, cheio de erros e enviesado, mas o nosso trabalho é uma das primeiras simulações de comportamento de um número tão grande de pessoas”, afirmou. “Antes, quando se fazia isso era, no máximo, com 300 pessoas, e era preciso ficar coletando dados por anos.”

O artigo Large-Scale Multi-Agent-based Modeling and Simulation of Microblogging-based Online Social Network, de Pinhanez e outros, pode ser lido nos anais do 14th International Workshop on Multi-Agent-Based Simulation.

Fonte: Elton Alisson, Agência Fapesp

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