quinta-feira, 5 de julho de 2012

E a fila anda

Site analisa aplicativos para deficientes

O a4cwsn é um site voltado para crianças com necessidades especiais, que explica detalha-damente a função de aplicativos e ensina como usá-los passo a passo.


Aplicativos estão cada vez mais sendo adotados nos campos educacionais como um meio de entretenimento e interação para engajar crianças com dificuldades de aprendizagem. Conforme mais e mais deles se tornam disponíveis, análises e reviews são muito procu-rados. Nesta linha, buscando oferecer um maior conhecimento sobre os aplicativos através de demonstração, está o a4cwsn.

A4cwsn - uma sigla de “Apps For Children with Special Needs” (Aplicativos para crianças com necessidades especiais) - é um site administrado por Gary James, pai de cinco filhos, dois deles autistas. Reconhecendo que muitos apps precisam de descrições e demonstrações ais completas que o normalmente disponível nas lojas online, como a App store, Gary presenta análises de vídeos destinados a crianças com necessidades especiais. Com mais de 300 analisados, os vídeos discutem quais necessidades os aplicativos focam em ensinar, omo eles funcionam e quão bem eles realizam seu objetivo educacional - tudo acompanhado por um passo a passo visual. O site também escolhe um app por dia para apresentar como o “Aplicativo do Dia” e os visitantes do site podem enviar sugestões para novos que gostariam que fossem analisados.

Além disso, é possível fazer grupos de aplicativos que ensinam uma habilidade em especial, ou que são adequados a crianças com determinada deficiência, e salvá-los como listas para outros visitantes pesquisarem. Além dos tutoriais, o site também apresenta análises e demonstrações, em vídeos de um minuto, de StoryBooks para o iPad em uma seção cha mada “JaMeos” - sigla de “Just a Minute” (Somente um minuto).

Recentemente, o a4cwsn deu seu primeiro iPad ao Joseph, de quatro anos de idade, uma criança autista do estado americano de Ohio. Outro está a caminho a um menino na Carolina do Norte. Os fundos são angariados de doações do site, que seleciona famílias de crianças com necessidades especiais para serem presenteadas com um iPad.

No mercado cheio de análises de produtos online, esse tipo de abordagem cuidadosa e organizada pode ser a diferença. O a4cwsn acumulou o suficiente para traduzir seu trabalho em doações de caridade. Um modelo para se aprender!
Descoberto por: Jenn Hertzig



Orelhões poderão exibir publicidade


Os telefones públicos (orelhões) poderão se tornar uma nova “mídia” para veiculação publicitária. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou, em reunião realizada na última quinta-feira, 28, que colocará em consulta pública um novo regulamento para a gestão dos telefones de uso público.

Entre as novas medidas de aperfeiçoamento dos orelhões está a criação de regras para a “veiculação de publicidade, o que pode representar nova fonte de receita”, além, da criação de uma comunicação visual atrativa ao uso dos telefones. Embora ainda vá receber as ideias dos membros da sociedade e ser novamente analisada e debatida pela Anatel e pelos envolvidos no setor, a proposta pode estabelecer aos telefones públicos um novo estilo de gestão e manutenção, como já é previsto, em Lei, com o mobiliário urbano da Cidade de São Paulo (a Lei Cidade Limpa prevê que as empresas interessadas em veicular suas marcas nos abrigos de ônibus e relógios de rua arquem com a manutenção e preservação desses mobiliários). Os sucessivos adiamentos das licitações para a escolha dessas empresas, no entanto, nunca permitiu que essa prática se tornasse realidade nas ruas de São Paulo.

No caso dos orelhões, a Anatel poderia adotar uma medida semelhante ou, até mesmo, de-terminar que as empresas direcionassem a receita obtida com a publicidade nos telefones para a manutenção e conservação dos mesmos.

O projeto ficará em consulta pública por 45 dias. Além da adoção da publicidade, a Anatel também discutirá a possibilidade de cobranças alternativas pelo uso dos orelhões (além do tradicional cartão telefônico) e a vistoria e manutenção periódica dos aparelhos por concessionárias especializadas.



Marketing básico: você conhece
 seus clientes?


Cada vez mais é possível coletar e analisar informações, aqui proponho um passo a passo para que sua empresa possa iniciar a cultura analítica, de forma simples e prática.

Em um artigo muito bem estruturado, a Revista Computerworld publicou 5 inovações que podem transformar a vida das pessoas em 5 anos, entre elas, uma diz respeito à forma como nós profissionais de marketing abordamos o mercado. A quinta tendência trata do fato de que os e-mails de propagandas indesejadas em 5 anos serão tão personalizados que não serão mais incômodos.

Pois bem, a pergunta então é: por que somente em 5 anos se atualmente o mercado, e sua própria empresa possuem informações que podem ser utilizadas na definição do atual momento? E como iniciar uma cultura analítica imediatamente dentro de sua organização?

Para aproveitar os dados que sua empresa disponibiliza, convido ao leitor a comportar-se como um verdadeiro cientista, que incansavelmente faz perguntas e busca a resposta a cada uma delas em seus projetos de pesquisa. Só que neste caso, ao invés dos tubos de ensaio e microscópio, utilizaremos as bases de dados.

Pensando de forma prática:

Que tal extrair uma base de dados experimental e iniciar suas análises?Sua base de dados pode não estar estruturada, mas com uma amostra e uma boa dose de curiosidade você poderá visualizar e propor melhorias.Ou você mesmo pode iniciar seu banco de dados usando tecnologias disponíveis no mercado atualmente - e aqui as sopas de letrinha como SaaS e Cloud Computing podem contribuir.
Agora que você já organizou seus dados, que tal invocar o cientista buscando respostas para perguntas como:

Entendo o perfil de sua empresa e focando em novos mercados:
Quais empresas compram os produtos de minha empresa?
Qual perfil de compra de minha base de clientes? Mensal, semestral, anual?
Quais indústrias?
Onde temos maior penetração?
Quais indústrias ainda não estamos presentes ou em menor concentração?
Entendo o perfil de compra de seus produtos:
Quais produtos têm sido adquiridos?
Por quais empresas?
Qual ticket médio de cada um destes produtos?
Qual valor por linha de produto dentro de determinados períodos?
(quarter, mês, semana).

À medida que suas pesquisas forem aprofundando-se, muitas outras tecnologias de mercado poderão auxiliar sua empresa no processo de ampliação do entendimento do compor-tamento de seus clientes.

O importante é que esta busca esteja na estratégia de cada um e que este processo seja iniciado. Com algum trabalho é possível unir esta informação e certamente estes dados lhe trarão respostas compensadoras e muito úteis em momentos de crescimento de mercado onde todos os setores parecem ser promissores. O cientista aqui perguntaria: e então qual é o setor que mais traria retorno ao meu tipo de empresa?



Você tem a Síndrome da Gabriela?
Sebastião Luiz de Mello*

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São aquelas pessoas que, mesmo qualificadas tecnicamente, se recusam a mudar.

Estreou há poucos dias o remake da novela Gabriela. A adaptação da obra homônima do escritor Jorge Amado fez sucesso na TV em 1975, com Sônia Braga no papel da morena sertaneja que tem cheiro de cravo e cor de canela. Apesar de ser uma obra de ficção, a novela traz algumas lições para o mundo corporativo. A música da personagem, cantada por Gal Gosta, por exemplo, diz: "eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim...Gabriela...sempre Gabriela".

O mercado de trabalho está cheio de profissionais com a síndrome da Gabriela. São aquelas pessoas que, mesmo qualificadas tecnicamente, se recusam a mudar por acreditarem que as coisas devem ser feitas do seu jeito. Não querem experimentar novos caminhos e, em consequência, continuam colhendo sempre os mesmos resultados.

Em minha longa experiência como gestor já ouvi muitas frases como "vamos fazer assim, pois sempre fizemos dessa maneira", ou "sei que isto é bom, mas prefiro fazer do meu jeito", ou ainda "eu sinto muito, mas sou assim". Com esse discurso, muitos profissionais com potencial ficam estacionados no tempo. E o pior: acreditam que estão fazendo a coisa certa.

Quem tem esse comportamento prejudica não só a si mesmo, mas toda a empresa. Afinal de contas, não é possível crescer e alcançar metas realizando procedimentos que já não são satisfatórios. Para crescer é preciso mudar, é necessário estar antenado com as mudanças socioeconômicas que ocorrem no mundo e na sociedade.

O processo de mudança nem sempre é fácil: exige trabalho, planejamento força de vontade. Por isso, muitos preferem continuar fazendo as mesmas coisas no trabalho e na vida pessoal, perdendo a oportunidade de conhecer novos caminhos, amadurecer e descobrir outras possibilidades. Mas, afinal, por que as pessoas não querem mudar?

Uns têm medo: medo de não dar certo, medo de errar, medo de críticas. Outros continuam fazendo as mesmas coisas por interesse político. Quantos gestores públicos continuam perpetuando formas ineficientes e ineficazes de gerir a coisa pública pensando nas próximas eleições? Esse ainda é um grande gargalo que o país precisa enfrentar, mas antes disso é preciso vontade para mudar.

Não importa a razão que levam muitos profissionais a pensarem que agindo assim terão sucesso. O fato é que o mundo está em constante transformação e só vão se sobressair aquelas pessoas mais ágeis, mais rápidas, mais dinâmicas e assertivas.

Caso você esteja com a síndrome da Gabriela, cuidado. Aproveite para repensar suas atitudes e comece a mudar sua postura. Se você conhece alguma "Gabriela" no seu trabalho, convide-a a olhar a vida com outros olhos, já que esse comportamento pode ser um indício de baixa autoestima.

Deixe o encanto da Gabriela apenas na novela e na obra do brilhante Jorge Amado. Quem quer ser "sempre assim" só vai encontrar estagnação, retrocesso, sofrimento. Em nossa vida profissional, vamos dar lugar à transformação e ao empreendedorismo. E empreendedor de verdade não tem medo da mudança: arrisca-se, enxerga mais que muitos, motiva os colegas de trabalho, tem entusiasmo, quer evoluir e vai além, muito além.

*Sebastião Luiz de Mello - administrador formado pela Universidade Católica Dom Bosco, mestrando em Educação pela Universidad Técnica de Comercialización y Desarrollo, no Paraguai, e pós-graduado em Administração Universitária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Tem uma longa carreira na área acadêmica. Já foi Pró-Reitor de Administração da Universidade
 Federal do Mato Grosso do Sul e Pró-Reitor de Extensão e Serviços Comunitários pela
mesma universidade. Contribuiu, ainda, com o governo do Mato Groso do Sul como 
superintendente de Recursos Humanos e Modernização Administrativa do Estado.
Há anos contribuindo com o Sistema CFA/CRAs, Sebastião foi eleito no dia 14 de janeiro
de 2011 presidente do CFA para o biênio 2011/2012 e já exerceu os
  cargos de vice-presidente do CFA, presidente do CRA-MS, diretor da
Câmara de Desenvolvimento Institucional do CFA e da Câmara de
Relações Internacionais e Eventos do CFA.



Classe C: enorme e inútil
*Flavio Ferrari


Com mudanças na economia brasileira, modelo de classificação já não reflete a realidade e dificulta bastante o trabalho dos profissionais de marketing.

O relevante crescimento da chamada classe C vem sendo objeto de atenção dos profissionais de marketing e comunicação do Brasil. A "classe" à qual você pertence é determinada pelo Critério de Classificação Econômica Brasil. O CCEB é um instrumento de segmentação econômica que utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população (definição da ABEP, responsável pelo critério).

O critério atribui pontos em função de cada característica domiciliar e realiza a soma destes pontos. É feita então uma correspondência entre faixas de pontuação do critério e estratos de classificação econômica definidos por A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, E . Trata-se de um critério simples e de fácil aplicação, bastante adequado às necessidades dos profissionais de marketing.

A escala de pontuação do critério atual vai de zero a 46 pontos que são atribuídos conforme as tabelas a seguir:

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Com apenas 10 perguntas objetivas e que podem ser respondidas com razoável acuracidade por qualquer membro da família - nove relativas à posse de itens domésticos e uma relativa ao grau de instrução do chefe da família - o critério apresenta uma correlação de quase 80% com a renda familiar. É a maneira mais eficiente que os profissionais de pesquisa de mercado encontraram para identificar o "poder de compra" de um indivíduo, já que é muito difícil que alguém responda diretamente sobre sua renda e, mais ainda, que um jovem possa estimar a renda total de sua família.

É comum utilizar a comparação com uma pirâmide quando nos referimos à renda das famílias no Brasil, sendo que a base (maior) corresponderia à grande maioria da população com baixa renda e o pico aos poucos privilegiados com renda. Essa analogia já foi útil, mas tal qual acontece para a distribuição das faixas etárias (que também costumavam ser representadas por uma pirâmide), está perdendo seu poder de representação.

A distribuição dos pontos do CCEB nas regiões metropolitanas brasileiras (e, portanto, da renda familiar), calculada com base no Levantamento Sócio Econômico realizado pelo IBOPE em 2005, é ilustrada pelo gráfico a seguir:

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A seleção dos pontos de cortes correspondentes às classes é determinada pela conveniência do "usuário" do critério. No caso, os profissionais de pesquisa de mercado a serviço dos inte-resses dos profissionais de marketing.

Quando esse procedimento foi adotado pelo mercado na década de 1970, a proposta era dividir a população em 3 grupos proporcionais de acordo com seu poder aquisitivo, sendo que o terço mais alto e o mais baixo eram subdivididos em dois grupos, formando 5 classes sociais: A, B, C, D e E. O agrupamento de A com B, a classe C e o agrupamento de D com E deveriam ter aproximadamente o mesmo tamanho (perto de 33% da população).

De lá para cá o critério passou por diversas revisões e as alterações efetuadas procuraram manter a maior correlação possível entre as versões, de forma a preservar a possibilidade de efetuar análises históricas.

Na última grande revisão, implementada em 2008, a classe C já se apresentava um pouco maior do que a proposta original. Com base no LSE de 2005, o agrupamento AB corres-pondia a 29% da população, a classe C (agora dividida em C1 e C2) a 43% e o grupamento DE a 28%.

O que se faz nessas revisões é substituir alguns itens e revisar a pontuação de cada um deles, buscando preservar a capacidade do critério de representar a renda familiar. Diga-se a favor das revisões que o critério de 96 apresentava uma correlação de 76% com a renda familiar contra os 79% da revisão implementada em 2008.

Nos últimos 6 anos, com a economia estável, crédito facilitado, redução das taxas de desemprego, valorização da moeda e subsídios governamentais às famílias de baixa renda, adquirir os bens da lista do CCEB ficou mais fácil. Com isso, de acordo com o critério, muitas famílias estão deixando as classes D e E passando a "engordar" a classe C, que hoje corresponde a quase 50% da população dos grandes centros urbanos, restando apenas pouco mais de 10% dos brasileiros nas classes menos favorecidas (D e E).

Há duas considerações importantes a fazer sobre essa situação. A primeira se refere à condição em que esses egressos chegam à nova classe. Boa parte deles tem uma parcela significativa de suas rendas comprometidas com o financiamento dos bens que adquiriram, e uma parcela considerável terá dificuldades para honrar seus compromissos, como demonstra a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio:

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Sempre é bom lembrar que uma renda familiar de 10 salários mínimos coloca você na Classe B. Ou seja, as famílias de classe C, com renda abaixo de 4 salários mínimos, estão em si-tuação ainda mais desconfortável, particularmente para aqueles que chegaram nessa classe adquirindo bens financiados nos últimos anos. Portanto, seria recomendável observar uma certa cautela no entusiasmo com o crescimento da classe C.

A segunda consideração relevante deve ser feita com relação ao próprio critério.

Países mais desenvolvidos não utilizam renda familiar (ou posse de bens como atalho) para classificar consumidores. Esse procedimento é adequado para países subdesenvolvidos, onde a renda familiar tem forte correlação com vários outros aspectos determinantes do consumo (como educação, hábitos e atitudes).

Num país desenvolvido todas as famílias têm condição financeira para adquirir a grande maioria dos produtos e serviços oferecidos pelas grandes empresas (que são os usuários do critério).

Elementos como idade, profissão e etnia são bem mais importantes do que renda nesses países, e estamos caminhando para essa direção. No Brasil, onde a etnia é menos relevante do que em países como os Estados Unidos, o geo-referenciamento e a  tribalização (agru-pamento por interesses comuns) desempenham um papel que vem sendo sub-estimado. E não precisamos comparar Belém com Porto Alegre para chegar a essa conclusão. Uma pequena incursão pela vida noturna de uma cidade como São Paulo pode dar uma boa ideia do cenário. Músicas, roupas e comportamentos são bastante diferentes quando nos move-mos entre as zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro.

Decididamente, a vida dos profissionais de marketing era bem mais fácil quando seus consumidores podiam ser divididos em cinco classes sociais (ou 3 grandes grupos).

A classe C cresceu, mas isso significa apenas que essa classificação não é mais útil para embasar as estratégias de marketing.

*Flavio Ferrari é sócio da UNIT34 – Decisões Estratégicas.
Representante no Brasil da Senvendots (www.senvendots.com).
Coach associado do CCL – Center for Creative Leadership (www.ccl.org).
Consultor especializado em Gestão Estratégica, Processos de Decisão, Inovação e
Desenvolvimento de Equipes, com mais de 30 anos de experiência
executiva nas áreas de Inteligência Competitiva, Marketing e Comunicação.
Reconhecido por sua criatividade aplicada ao desenvolvimento de
negócios e como um dos primeiros "cool hunter" da América Latina.
Divide seu tempo livre entre escrever crônicas e explorar filosofias orientais.

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