sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Seca

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Versões em filme de obras clássicas da literatura são sempre muito bem-vindas. Aliás, esta que vamos falar é grande conhecida por ser leitura obrigatória para ensino médio e vestibulares. Trata-se do livro de João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina. A trajetória de Severino por uma vida melhor no litoral pernambucano é o cenário da triste e bela narrativa adaptada em filme que manteve o texto integral do consagrado Auto de Natal do escritor. O diretor Afonso Serpa assina o curta-metragem produzido pela TV Escola, canal educativo do Ministério da Educação com o mesmo nome da obra literária original. 

Adaptado de desenhos em quadrinhos, o peso do drama ganha forma na versão filme em traços fortes, ásperos e em preto e branco, combinando com a tocante jornada de Severino. Desenhado pelas mãos do cartunista Miguel Falcão, Morte e Vida Severina lembra, às vezes, a técnica de xilogravura ao mesmo tempo em que dá vida em 3D ao personagem. Vida e Morte Severina é um livro que fomenta debates até hoje. A reforma agrária, a fome, a miséria, todos tratados nesta obra publicada em 1955. “E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).” – João Cabral de Melo Neto 

Confira o filme: 




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O investimento em publicidade no mercado brasileiro cresceu 3,11% no acumulado de janeiro a julho de 2013 e 7,11% na comparação mensal (julho de 2012/julho de 2013), segundo o Projeto Inter-Meios. Os números, divulgados nesta quarta 2, aquecem a expectativa de crescimento do mercado após um baixo desempenho semestral, de 2,4%.

Este é também o primeiro relatório a separar investimentos digitais segundo Internet Pura, com veículos essencialmente digitais, e Internet – Outras Mídias, com números de receitas digitais de meios tradicionais, como jornal, revista e TV. A novidade, que procura dar maior precisão aos dados referentes a áreas cujo aporte publicitário opera de maneira distinta, foi decidida após a reunião semestral do projeto, com aprovação de seus coordenadores, dirigentes do Interactive Advertising Bureau do Brasil (IAB) e da PricewaterhouseCoopers, responsável pela auditoria dos dados.

Esse levantamento mostra que a Internet Pura recebeu, em julho, aporte 3,5 vezes maior que outras mídias: R$ 89,11 milhões contra R$ 25,9 mi. No acumulado do ano, o setor recebeu investimentos de R$ 579 milhões, enquanto o digital de outras mídias recebeu R$ 162,95 mi. Por ser o primeiro mês desse tipo de medição, ainda não há dados comparativos entre períodos. A internet como um todo, porém, caiu 2,82% na comparação entre meses e 13,41 entre períodos janeiro-julho.

Outros meios que tiveram desempenho decrescente foram Guias e Listas, com decréscimo de 29,54%, fechando o período janeiro-julho em R$ 107,83 milhões; Revista, com -7,68% e R$ 931,193 mi; Jornal, com -5,4% e R$ 1,823 bilhão; e Cinema que, apesar de ter fechado o período estável (com +0,97% e R$ 55,33 milhões), teve íngreme queda na comparação julho/julho, perdendo 41,63% de investimentos publicitários (veja o comparativo mensal na tabela abaixo). A perda é ainda mais representativa se considerado que julho, mês de férias escolares, costuma receber grandes estreias em cinemas.

Por outro lado, apresentaram crescimento Mídia Exterior, com alta de 12,97%, fechando o período janeiro-julho em R$ 579,39 milhões; Rádio, com +9,54% e R$ 723,68 mi; TV por Assinatura, com +9,64% e R$ 750,21 mi; e TV Aberta, com +6,15% e R$ 11,48 bilhões. Esta permanece como a mídia com maior fatia do mercado, com 67,3%, crescimento também na comparação com julho de 2012, quando tinha 65,2%.

Fonte: Projeto Inter-Meios Crédito: Arte/Meio&Mensagem



Para promover suas ofertas de seguro, a Europ Assistance Italia fez um submarino emergir no meio da rua, na aprazível Milão. Muita gente achou divertido, menos o fictício dono do carro estacionado no local, que teve seu veículo danificado por russos saídos do chão.

É o velho conceito de “o inesperado pode acontecer com qualquer um”, tão utilizado pelas companhias do segmento, mas aqui com uma abordagem mais criativa e impactante. A encenação ainda incluiu policiais, bombeiros e tripulantes russos.

A ação criada pela M&C Saatchi chamou atenção dos italianos, e se espalhou pelas redes sociais através da tag #L1F3. O site protectyourlife.it traz fotos das pessoas no Instagram e reações via Twitter e Facebook.

Fonte: Adnews|B9


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Um terço do mundo assistiu ao vivo ao World Trade Center ruir em 11 de setembro de 2001; outro terço escutou sobre o ocorrido em 24 horas. 

(Você lembra onde você estava?) 

Exposições Museu e Memorial 11 de Setembro, prestes a inaugurar, irão refletir sobre a diversidade de experiências ao redor do mundo, naquele dia. 

Em uma palestra comovente, o designer Jake Barton mostra algumas dessas instalações, bem como vários outros projetos que visam transformar o observador em participante ativo da exposição.



Miguel do Rosário*
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Se por acaso o tédio se aproxima, sempre haverá Merval Pereira para afastá-lo. O mordomo oficial da Globo voltou a atacar os blogs.

Em sua coluna, Merval especula que há “um bem montado esquema de blogs pagos por verba oficial para elogiar o governo petista e tentar desqualificar os críticos, sejam eles políticos, jornalistas independentes ou cidadãos que não se vêem representados pelo governo que está aí.”

Merval na verdade descreveu com apavorante precisão como se portava o jornal O Globo durante a ditadura. Basta trocar “governo petista” por ditadura. Blogs por jornais. Merval por Mariguella.

Em sua coluna de hoje, Mariguella especula que há “um bem montado esquema de jornais pagos por verba oficial para elogiar a ditadura e tentar desqualificar os críticos, sejam eles políticos, jornalistas independentes ou cidadãos que não se vêem representados pelo governo que está aí.”

Com uma diferença, a ditadura existiu. Os jornalistas e políticos desqualificados pela imprensa chapa-branca eram presos e torturados.

Já a “conspiração blogueira” de Merval é o delírio de um louco.

A Globo está apostando na tática do shoot the messenger, para fugir ao debate?

Merval não pode conceber que exista militância real e virtual junto aos partidos, trabalhando por prazer e convicção.

Ele não consegue pensar fora de seus próprios parâmetros.

Sobre a reação às viúvas da Globo, Merval atribui a uma sofisticada e clandestina organização blogueira patrocinada pelo governo? Ou seja, alguém do Planalto pagou dois milhões de pessoas para elaborarem memes, curtirem e inventarem piadas sobre o tema?

É muita falta de noção.

Entretanto, sem querer, o colunista apresenta bons argumentos para se defender uma reforma da mídia.

É necessário uma lei de mídia para que os meios alternativos tenham financiamento republicano e transparente, e com isso sejam protegidos contra esse tipo de infâmias e ofensas dos grandes veículos de comunicação, que representam interesses obscuros e antinacionais.

A Globo é inimiga do pluralismo, da diferença, da divergência. Para ela, todo mundo deveria pensar igual. Quem não pensa igual a ela faz parte de um “esquema”.

É incrível o cinismo. O sujeito trabalha num jornal que foi o chapa branca mais babaca da história da república, que sempre esteve do lado dos Estados Unidos e da ditadura, sempre mamou nas tetas dos governos, do Brasil e dos EUA, e agora ele vem tentar criminalizar os blogs, 99,9% dos quais não recebem um centavo de verba pública?

Quem participou de “esquema” foi a Globo, bancada pela Time Life, primeiro, e pelo regime militar, mais tarde!

A análise de Merval é a de um surtado. Eu não deveria dar bola se não tivesse que admitir para mim mesmo, com eterna perplexidade, que esse cafumango tem poder, por causa da empresa para qual trabalha, e que os juízes do supremo ligam para ele para “explicar” porque votaram assim ou assado.

Mas os loucos às vezes tem ideias boas. Em seu delírio sobre “bem montado esquema de blogs pagos com verba oficial”, Merval deu uma excelente sugestão.

O governo, ou melhor, os governos (federal, estadual, municipal), assim como os poderes legislativos e judiciários, deveriam patrocinar blogs que produzissem uma visão diferenciada da política, da economia, das decisões judiciais e da mídia. Seria uma maneira de seguir um dos princípios da nossa Constituição, que é buscar o “pluralismo político”.

O farisaísmo cínico de Merval, contudo, apenas revela que a Globo está com medo de perder a mamata.

Está com medo de que alguém resolva mudar as regras na distribuição das verbas oficiais.

Então antes que haja qualquer ação pública para reduzir as verbas destinadas à Globo e aumentar aquelas destinadas à internet, os platinados, de antemão, já tentam constranger e criminalizar os futuros beneficiados.

Só a Globo tem direitos, só ela pode receber bilhões do Estado… O fato de sonegar impostos, editar debates para beneficiar candidatos, dar 8 minutos para ex-presidiários caluniarem o BNDES no Jornal Nacional, tratarem uma bolinha de papel como um bólide de chumbo radioativo, além do famigerado apoio ao golpe, isso faz parte do jogo.

Fazer meme de humor contra a hipocrisia, aí não pode, aí é coisa de bandido, de “esquema”.

Tudo bem, Merval, vá em frente. O choro é livre.

*Miguel do Rosário é blogueiro há mais de dez anos. 
Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, cidade onde ainda amarra seu cavalo



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