quinta-feira, 7 de março de 2013

Como o diabo gosta ...


Em defesa da real beleza,
Dove mira nos profissionais
que retocam fotos

Ação criada pela Ogilvy Toronto fala diretamente
 com diretores de arte e designers, escondendo 
a mensagem no Photoshop.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=m0JF4QxPpvM

Já tem alguns anos que a Dove tem incentivado as mulheres a reconhecerem e assumirem sua beleza real, em vez de ficarem perseguindo um ideal absurdo estabelecido pelas indústrias da moda e entretenimento, por meio da Campanha Pela Real Beleza. Basta dar uma olhada na trajetória da marca nos últimos 10 anos, mais ou menos, para ver como essa ideia tem sido abordada de maneira ininterrupta. Desta vez, entretanto, eles resolveram mirar em um público diferente, falando diretamente com diretores de arte e designers responsáveis por retocar as imagens, escondendo a mensagem em um lugar que apenas eles poderiam encontrar: no Photoshop.

Divulgando em diversos sites especializados um arquivo que, quando baixado, aplicava um efeito especial nas imagens com apenas 1 clique. Só que, na verdade, quando o usuário clicava no aplicativo, a imagem voltava ao estado original, desfazendo todas as modificações, e trazendo a seguinte mensagem: “Não manipule nossas percepções de beleza real”. É claro que era possível recuperar o trabalho feito depois disso, mas com certeza deve ter feito muita gente pensar antes de seguir cometendo alguns dos absurdos que a gente vê por aí.

De certa maneira, essa ação criada pela Ogilvy Toronto nos lembra aquela da Africa Health Placements, do anúncio audível apenas com um estetoscópio (já divulgada aqui, neste blog). Simples e eficiente.

fonte: brainstorm9




Volkswagen tem nova logo


A Volkswagen anunciou uma atualização em sua logo, que será utilizada mundialmente em todas as comunicações da empresa.

O processo de implementação da nova logo deve ser concluído até abril deste ano. A nova logo global chega ao mercado no momento em que a Volkswagen do Brasil comemora 60 anos.

Desenvolvida pela equipe de Corporate Design da Volkswagen, na Alemanha, a nova logo tem como principais destaques, segundo a companhia, os traços hiper-realistas, firmes e bem definidos que realçam a tridimensionalidade e o efeito cromado.




Mad Men na TV Cultura 
(Rede Minas), em Breve


A TV Cultura comprou os direitos da série Mad Men, que será um dos destaques da nova programação da emissora da Fundação Padre Anchieta, ligada ao Governo do Estado de São Paulo. A atração relata o cotidiano de uma agência de publicidade fictícia, com clientes reais, na Nova York dos anos 60 e já ganhou diversos prêmios.
Não há mais informações sobre data de estreia ou número de temporadas adquiridas, mas a aquisição faz parte do plano de metas de audiência. Hoje a TV tem média de 1,2 ponto e pretende chegar a 1,5 em 2014, informa a coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo.

Nos Estados Unidos, a nova temporada foi ar ar no último domingo, dia 3 de março, com um episódio de duas horas de duração.

Fonte: Meio e Mensagem e Facebook



Mulheres movimentam 
R$ 741 bilhões 
por ano, no Brasil



As mulheres movimentam hoje no Brasil R$ 741 bilhões por ano. Em 20 anos, a classe média feminina saltou de 33% para 52%. A mulher é a verdadeira protagonista de todas as mudanças sociais que estão ocorrendo no país. As mais jovens, em especial, estão impulsionando as mudanças. É o que comprovou um estudo recente do Instituto Data Popular, realizado com o apoio da C&A e das Casas Bahia, sobre “a nova mulher brasileira”, que ouviu 1.300 brasileiras de 44 cidades.

Segundo a pesquisa, a mulher comandou, por exemplo, a redução drástica no número de filhos ao longo das últimas duas décadas. Por escolha dela e certamente a dificuldade de conciliar trabalho e família, a média de filhos caiu de 6,3 filhos há 40 anos para os atuais 1,7 filhos. Enquanto isso, a média de anos de estudo subiu de 1,8 anos para oito.

Nos últimos anos, cresceu 157% o número de mulheres trabalhando, volume cinco vezes maior do que a população. Como consequência, a renda das mulheres vem crescendo em proporções maiores que a dos homens: nos últimos dez anos, aumentou 62%, enquanto a dos homens avançou 39%. “Hoje, 62% das mulheres acreditam que elas devem ser independentes financeiramente e duas em cada três contribuem para a renda familiar. Outro dado interessante é que 81% delas gostariam de mudar de emprego”, destaca Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.

Por outro lado, o que mostra a dicotomia na vida dessa geração de jovens mulheres no mercado de trabalho é que 59% delas acreditam que ser feliz é constituir uma família e 75% se sentem culpadas por dedicar pouco tempo aos filhos. E 89% ainda são as responsáveis pelas tarefas domésticas, além do trabalho fora de casa.

De acordo com a pesquisa, as jovens mulheres da classe média esperam dos seus cônjuges, principalmente, companheirismo (74%) e cumplicidade (42%). Nove entre cada dez mulheres pesquisadas consideram difícil encontrar um companheiro.

Mercado de trabalho
Outro estudo do Instituto Data Popular avaliou as mulheres no mercado de trabalho. Segundo Meirelles, o que ficou claro é que elas ainda acumulam mais funções cotidianas do que os homens. A pesquisa ouviu mulheres e homens das classes C e D, além de um grupo específico de trabalhadoras domésticas mensalistas/diaristas. A queixa número um — de 58% delas, ou sete em cada dez mulheres — é a falta de tempo para cuidar de si mesma. Seis em cada dez dormem menos de seis horas por noite e 64% das mulheres casadas das classes C e D dizem que seus maridos “dão mais trabalho do que ajudam”.

Além de trabalhar fora, elas têm que tomar para si, muitas vezes integralmente, a responsabilidade dos cuidados com a casa e com os filhos. A pesquisa apontou que, entre as casadas, 71% não contam de fato com a ajuda do marido em tarefas domésticas ou relativas ao cuidado diário com filhos menores; e 98% das entrevistadas, além de trabalhar, também cuidam da casa. “Embora a nova geração de mulheres seja mais escolarizada e tenhamos identificado a ampliação do número de internautas, o que ajuda a trazer mais informação para aquelas de classes mais baixas, a maior parte delas continua atarefada e cada vez mais sobrecarregada. E esse acúmulo de atividades está atrelado ao fardo da cultura machista que elas têm que lidar em sua realidade”, diz Meirelles, que conversou com várias mulheres e identificou que a maioria preserva a alegria de viver, mesmo tendo de acordar muito cedo, preparar as refeições para a família e enfrentar transportes públicos abarrotados para chegar ao trabalho.

Dentro desse caos diário, elas têm que se desdobrar para arrumar quem tome conta dos filhos, pois há escassez de creches para atendê-las ou estas quase sempre fecham antes que elas consigam retornar para casa. A volta do trabalho, por sinal, à noite, mais uma vez vem repleta de inconvenientes como conduções lotadas e que trafegam lentamente pelas vias de grandes cidades. A pesquisa demonstrou que creche e transporte são, de fato, as principais demandas das mulheres para o poder público (32%). O que ajudaria no seu dia a dia seria um serviço de saúde mais eficiente (97%).

Depois do trabalho, em casa é preciso retomar as atividades domésticas, como limpar, lavar roupa e preparar o jantar - quase sempre sozinhas. Segundo o levantamento, apenas 22% das mulheres das classes D e E possuem máquina de lavar roupas. Na classe C, o percentual é de 53% e, na classe AB, de 83%. Nos finais de semana, 73% das entrevistadas realizam tarefas domésticas nas suas casas. Assistir novela é a principal atividade de lazer das mulheres (44%). “Apesar de tudo, nos últimos anos, a renda delas tem crescido mais do que a dos homens. Isso faz toda a diferença. Uma renda maior possibilitou voz ativa e autonomia para tomar decisões que antes ficavam apenas a cargo dos maridos. Em outros casos, o aumento do número de mulheres na condição de chefes de família tornou-as socialmente mais influentes”, ressalta Meirelles.

fonte: propmark e Data Popular




Depilar ou não? 
Publicidade que precisa diminuir
 alguém para aumentar a venda
de um produto é vergonhosa
Rodrigo Leão*



“O Pai dos Burros - dicionário de lugares-comuns e frases feitas”, de Humberto Werneck,­ cita no verbete para “ambição” a expressão “ambição desmedida”. Ou seja, até quem busca no eco mental do lugar-comum algo para preencher o vazio de suas linhas percebe que a ambição e a falta de limites andam tão juntas quanto as frieiras e as galochas.

A “ambição desmedida” da frase feita é a única justificativa imaginável para explicar os motivos que levaram uma grande marca como a Gillette, da qual sou freguês desde quando inventaram o barbeador com lâmina dupla - que eu usava contra um só fio de bigode — a investir na campanha “Quero ver raspar”, com Sabrina Sato, as gêmeas Bia e Branca Feres, o cantor sul-coreano Psy e um monte de figurantes peludos, feios e desajeitados. A campanha, criada por outra marca que dispensa apresentações, a agência Africa, lança aos espectadores a ideia de que mulheres gostosas acham homens peludos nojentos e, por isso, criam o desafio “Quero ver raspar” para que se depilem. A substituição fonética que o bordão faz de um trecho de “Gangnam Style”, do Psy, tenta tornar tudo isso pop.

Esta, amigos, é o tipo de campanha que fará com que todos nós, publicitários e profissionais de marketing, sejamos acossados por perguntas indesejáveis em jantares, festas de criança, acampamentos de escoteiro e reuniões de condomínio durante os próximos anos. Porque na busca incessante pelo lucro crescente alguém se esqueceu de respeitar os consumidores e seus valores.

Posso apenas imaginar que a liderança da Gillette no segmento de barbeadores seja tamanha que se chegou à conclusão de que o lucro obtido com o pessoal raspando apenas a barba não era mais o suficiente. “E se os homens brasileiros resolvessem raspar o peito e as costas como fazem muitos homens americanos?”, soou a pergunta que calou o brainstorm. “Isso abriria um enorme mercado em potencial”, balbuciou alguém. “É isso!” concluiu o homem com o cargo mais longo da sala.

Querer que isso aconteça não é vergonha. Digamos, por exemplo, que a geração inteira de garotos que hoje têm 15 anos e povoam os sites de vídeos pornô, influenciados por seus ídolos americanos depilados, resolvesse assumir como costume e prática a depilação corporal. A Gillette poderia pegar carona nessa tendência. E lucrar muito sem ninguém reclamar. Afinal, a depilação é apenas um comportamento cultural — mais apreciado em países e culturas onde os indivíduos normalmente têm menos pelos. A popularidade das barbas entre os árabes e sua impopularidade entre os asiáticos seriam bons marcadores desse fenômeno.

A campanha “Quero ver raspar”, em minha opinião, comete muitos erros. Primeiro, lança um desafio que não é um desafio a não ser para os deficientes motores. Aceitarmos uns aos outros com nossas diferenças físicas e culturais sim é um desfio de verdade.

Dois: a abordagem negativa da proposta de venda. Ao tentar vilanizar o homem com pelos, em vez de glorificar o depiladão, a Gillette basicamente ofende a todo um espectro da população masculina e feminina especialmente o Tony Ramos e a Claudia Ohana. Gente que tem e curte pelos em si e em outrem e não é feia, gorda nem desajeitada como mostra a publicidade. Caso a opção fosse glorificar os lisões, o melhor era sutilmente pagar fortunas vultosas pra Globo mandar depilar os galãs de suas novelas até que a moda pegasse.

Terceiramente, apresentar uma proposta tão genérica. A empresa que revolucionou o mundo com a lâmina dupla, a lâmina tripla e tantas outras traquitanas que tornaram nosso barbear­ mais suave, não pode sugerir um desafio realizável com um barbeador Bic ou com o Veet roubado da patroa.

E, finalmente, a vergonha na cara de entender que a publicidade que precisa diminuir alguém para aumentar um produto é aviltante, ineficiente e não tem mais lugar neste mundo. Imagine você se, em vez de tomar na orelha o processo no Conar que tomou, essa campanha desse certo? Legal. Todo mundo por aí depilado. Lucros fantásticos. Até que alguém tem uma ideia. Para vender mais lâminas poderíamos disseminar o hábito da circuncisão entre os brasileiros. O bordão já tá pronto: “Quero ver cortar!”

*Rodrigo Leão é sócio-diretor de Criação da Casa Darwin e Professor dos MBA 
de Marketing, MBA Executivo Internacional e International MBA da FIA.
Este artigo foi publicado na edição 1549 do Meio & Mensagem, de 04 de fevereiro.




Para reflexão


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