terça-feira, 24 de abril de 2012

Acontece

Os desafios (problemas)
do Brasil digital

Apesar de avanços, a infraestrutura brasileira deficiente é um dos maiores entraves para o crescimento do mercado digital. Confira http://proxxima.digitalpages.com.br/home.aspx

Internautas de malas prontas

Encontre um apanhado de indicadores, estudos, análises e pesquisas de variadas fontes, todas vitais para avaliação e mensuração do desempenho e dos negócios no mundo digital.

A vez da classe D
Sônia Gonçalves, mãe, brasileira, empregada doméstica diz que não sabe “como vai ser o amanhã”.
Na dúvida, guarda uma parte do dinheiro que recebe por seu trabalho regular como faxineira em escritórios e pelos “bicos” em residências depois do expediente e em seu dia de folga. A poupança vai engordando, mas vez ou outra, quando “a situação a p e r t a”, ela tira R$ 100 da caderneta para fechar o mês sem dívidas, “já que é complicado fazer poupança e pagar contas recebendo salário mínimo”.
Para fazer seu pé de meia, ela não pede assessoria ao gerente do banco, pois tem muito tempo “para pensar na vida e fazer contas” durante a hora que passa dentro do ônibus para cruzar a cidade e chegar ao seu trabalho.
“Guardo R$ 100, R$ 50, depende de quanto dá no mês”, conta Sônia. “Às vezes não dá, mas sempre tento guardar um pouco porque sei que não gasto mais do que ganho”.
Sônia, 53 anos, faz parte de um grupo de 4,2 milhões de brasileiros acima de 18 anos pertencentes à classe D que diz ter “algum dinheiro guardado para eventuais imprevistos”, segundo dados levantados pelo instituto Data Popular a pedido do Valor . Esse grupo de 4,2 milhões representa 21% dos adultos da classe D que vivem em áreas urbanas.
A segurança financeira é o principal foco de 43,1% dessas pessoas, seguida por realizar um sonho de consumo (29,5%), compras à vista (17%) e investir e obter rendimento (10,4%). A estimativa foi feita com base na análise de dados obtidos em um estudo realizado no último trimestre de 2011 com cerca de 18 mil entrevistados de todos os estados brasileiros.
Matéria das jornalistas Karin Sato e Letícia Casado, publicada no Jornal Valor Econômico



Na classe C
 25,5 milhões querem
abrir seu negócio

A nova classe média brasileira forma um público consumidor que alcança hoje um poder de compras superior a R$ 1 trilhão, a maior parte gasta em alimentos. Essa parcela da população traz tremendas oportunidades de negócios para o desenvolvimento do empreendedorismo, informa Renato Meirelles, sócio-diretor do Instituto Data Popular, consultoria voltada para as camadas de baixa renda. "É um consumo gigantesco, voltado principalmente para a aquisição de serviços", diz o consultor. Segundo uma pesquisa realizada neste ano pelo instituto, de cada R$ 100 gastos por essa população, pelo menos R$ 65,20 são desembolsados para a contratação de serviços e R$ 34,80 para a compra de bens. "Isso abre grandes oportunidades para investimentos em empreendimentos no setor de serviços", destaca.
Os próprios emergentes que subiram um degrau na pirâmide e passaram a compor a classe média podem ser futuros empreendedores, ensina Meirelles. O estudo do Data Popular mostra que seis em cada dez pessoas da classe C querem abrir a própria empresa em algum momento da vida. São 25,5 milhões de brasileiros com planos de abrir seu próprio negócio, a maior parte no Norte e Nordeste.


"O emprego formal nos trouxe até aqui, mas é o empreendedorismo que vai nos levar adiante. A carteira assinada e o concurso público deixam de ser vistos como fim. A classe C os vê como trampolim para chegar ao ponto de abrir o próprio negócio", reforça o consultor. Mas, segundo a pesquisa, apenas um terço dos futuros empreendedores admite estar preparado; a grande maioria das pessoas que desejam empreender indica não ter muito conhecimento para isso. "É um campo de oportunidades para a ação de entidades como o Sebrae ", comenta.
Estudos da consultoria revelam que, entre 2002 e 2011 a classe C ganhou 31 milhões de pessoas, cresceu 38% e engordou sua renda em nada menos do que 62%. Hoje, são mais de 103 milhões de brasileiros que contam com renda e crédito da ordem de R$ 1,3 trilhão, o equivalente a 53% da população. Até 2014, serão 60%. No comando do novo grupo de ávidos consumidores estão 52,9 milhões de mulheres mais informadas, com grau de escolaridade superior ao dos homens e com poder de decisão incontestável. Afinal, juntas, elas devem somar uma massa de rendimentos da ordem de R$ 333,3 bilhões neste ano. "Elas trazem mais dinheiro para casa do que as colegas da classe A, pois respondem por 41% da renda familiar. As mulheres do topo da pirâmide contribuem com apenas 25% da renda", afirma Meirelles, responsável pela pesquisa As Poderosas da Nova Classe Média Brasileira.
Vencedor tem a
cabeça nas nuvens e
os pés no chão


A boa ideia é aquela que sai do papel. Quem garante é Romero Rodrigues, 34 anos, CEO e fundador do Buscapé Company. O empreendedor, que falou no painel sobre oportunidades de mercado durante o Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios, começou a explorar suas próprias oportunidades na internet com um buscador de preços e produtos em 1999. Hoje, dirige um grupo com 18 empresas, com mais de mil colaboradores e escritórios em cinco países: Brasil, Colômbia, Argentina, Chile e México. "Não existe uma fórmula de sucesso, mas é preciso estar sempre pronto para vencer obstáculos que não foram previstos", afirma. "Se você realmente acreditar no seu negócio, a chance de êxito é enorme."
Para Rodrigues, a bolha da internet está longe de estourar. No ano passado, o mercado de e-commerce cresceu 26% e a tendência para 2012 é de expansão. "Nove milhões de usuários realizaram a primeira compra pelo computador, em 2011." O CEO do grupo confirma que continua em busca de empresas para aquisição.
O primeiro negócio de Rodrigues, o buscador Buscapé, foi fundado em junho de 1999, com os sócios Rodrigo Borges, Ronaldo Takahashi e Mario Letelier. "No começo, a empresa se sustentava com um aporte de R$ 100 de cada sócio", lembra.
O site que compara preços de produtos foi adquirido em 2009 pelo grupo sul-africano Naspers, por US$ 342 milhões, considerado o valor mais alto já pago por uma novata brasileira na internet. Rodrigues aplica parte do que ganha em companhias nascentes, como a Moda it, uma das últimas aquisições do grupo, ou em empresas da área de pagamentos on-line, que formam a divisão Buscapé Financial Services (BFS).

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